Ministro de Relações Exteriores, David Choquehuanca, afirmou que mediantes os "procedimentos diplomáticos, nestes casos são entre 48 e 72 horas" para retirada de embaixadores do país| Foto: Gaston Brito / Reuters

O embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, tem entre 48 e 72 horas a partir desta quinta-feira (11) para deixar o país, depois de ter sido declarado "persona non grata" pelo presidente Evo Morales.

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A chancelaria boliviana disse que a decisão já foi comunicada a Washington.

"De acordo com nossos procedimentos diplomáticos, em estes casos são entre 48 e 72 horas", disse o ministro boliviano de Relações Exteriores, David Choquehuanca.

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A comunicação de que o diplomata é "persona non grata" na Bolívia foi entregue simultaneamente em La Paz e em Washington, segundo ele.

Morales anunciou nesta quarta-feira (10) a expulsão de Philip Goldberg, a quem acusou de fomentar o separatismo nas províncias oposicionistas do país, o que teria alimentado os conflitos que se acirraram nos últimos dias em vários departamentos no país, provocando ao menos quatro mortes e interrupções parciais no fornecimento de gás para Brasil e Argentina.

A ordem do governo boliviano é um "grave erro" que "prejudicou seriamente a relação bilateral" entre EUA e Bolívia, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA nesta quinta. Ele disse que as acusações de Evo de que Goldberg promoveria o separatismo na Bolívia são "sem base".

O pedido do presidente da Bolívia, Evo Morales, para expulsar o embaixador dos EUA do país não implica "necessariamente" a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, disse nesta quinta o ministro boliviano da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Segundo Quintana, Morales disse em várias oportunidades que a Bolívia não romperá relações com os EUA, ainda que o governo tenha a faculdade, o poder e o direito de exercer medidas para "preservar a soberania".

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse em evento em La Paz que El "a paciência tem limite", ao se referir aos atos provocados pela oposição.

O pano de fundo da crise é a luta dos departamentos oposicionistas pela autonomia e a oposição deles a uma nova Constituição, de cunho estatizante e indigenista, proposta pelo governo Morales.

Na quarta-feira, uma explosão atribuída pelo governo à ação "terrorista" de grupos oposicionistas danificou um gasoduto em Tarija e obrigou a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a reduzir em 10% o fornecimento do gás natural ao Brasil. A interrupção deve durar cerca de 15 dias, prazo previsto para o conserto das tubulações. O governo também anunciou o envio de tropas para reforçar a segurança nas instalações de energia da região.

Nesta quinta, a empresa Transierra, que tem participação da Petrobras, informou que novos problemas reduziram a menos da metade o envio de gás ao Brasil, mas o problema já foi parcialmente resolvido.

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