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A Bolívia deixou de ser o país mais pobre da América do Sul após duplicar seu Produto Interno Bruto (PIB) em quatro anos e registrar cifras macroeconômicas elogiadas no exterior, com uma política de projetos sociais e estatização da importante indústria dos hidrocarbonetos.

A afirmação foi feita pelo ministro da Economia, Luis Arce, em uma entrevista à Reuters na noite de sexta-feira, dois dias antes da tentativa do presidente indígena Evo Morales de buscar uma reeleição que, segundo pesquisas, está assegurada pelo apoio majoritário de uma população esperançosa em suas políticas de esquerda.

Um PIB de 19 bilhões de dólares, após nove bilhões em 2005, um nível de reservas internacionais próximo a 50 por cento do PIB, uma inflação controlada e um câmbio estável são para Arce o resultado de "um modelo feito pelos bolivianos para a economia boliviana".

"A Bolívia cresceu. Ganhamos uma reputação diante da comunidade internacional sobre o manejo macroeconômico", disse Arce, que comanda a política econômica desde o começo de 2006, quando se iniciou o governo de Morales, e agora deixa nas mãos do mandatário sua continuidade no cargo.

"Estamos entrando em uma porta onde não somos um país pobre. Estamos, acho, melhor que o Paraguai", acrescentou, sem oferecer cifras comparativas. "A Bolívia está como um sanduíche. Não somos nem emergentes, nem pobres", disse.

O economista, com especialização na Inglaterra, destacou que, neste ano, pela primeira vez, a Fitch Ratings e a Moody's Investors Service elevaram a classificação do país, e o Fundo Monetário Internacional elogiou a política macroeconômica da Bolívia como um exemplo de prudência e equilíbrio.

"Os benefícios, a demanda interna e a distribuição do ingresso são chave para o crescimento econômico que temos gerado. Nos diferenciamos do modelo neoliberal", afirmou.

O governo de Morales tem uma alta popularidade, graças a planos sociais dirigidos a oferecer benefícios diretos a estudantes, idosos e mães, nos quais foram investidos mais de 300 milhões de dólares anuais, que beneficiam um quarto da população de 10 milhões de habitantes.

"Isso deu resultado. Este ano, pela primeira vez, a Bolívia será a número um em crescimento na América Latina. Eu nunca havia visto isso", afirmou, fazendo referencia à previsão oficial de crescimento do PIB de 4,5 por cento em 2009, nível que o país espera manter em 2010.

Entidades como o FMI previram que a Bolívia será o país da América Latina que registrará o maior crescimento em 2009, com uma estimativa de 3,1 por cento, já que a nação conseguiu driblar os efeitos da crise financeira internacional.

Arce destacou que esses subsídios são um motor para o crescimento, que levou o PIB per capita a 1.671 dólares, contra 1.010 dólares no início de 2006.

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