A Bolívia e o Irã acertaram a assinatura de amplos convênios de cooperação energética e tecnológica nesta quinta-feira, segundo uma fonte oficial, confirmando uma aproximação que perturba os Estados Unidos e parece enfurecer a oposição de direita boliviana.

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Os acordos estavam no centro de uma visita oficial breve do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, para se reunir com o líder boliviano, Evo Morales, em La Paz, em meio à grande expectativa e extraordinárias medidas de segurança.

Uma fonte do governo disse à Reuters que Ahmadinejad e Morales assinaram na quinta-feira um acordo importante de cooperação energética para definir em um futuro imediato projetos em toda a cadeia produtiva de hidrocarbonetos na Bolívia, que incluiria um gasoduto interno de 1 bilhão de dólares.

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"A Bolívia, como maior exportador sul-americano de gás, receberá um respaldo decisivo de tecnologia e financiamento do Irã, que é uma das potências petroleiras mundiais", disse a fonte próxima ao processo de redação dos acordos binacionais, sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, o gasoduto que interessa à cooperação iraniana uniria os grandes reservatórios do distrito de Tarija (sul) com os mercados das cidades de La Paz e El Alto, atravessando quase todo o altiplano ocidental na fronteira com Chile e Peru.

Sobre a cooperação tecnológica, a fonte afirmou que começaria com a instalação de uma cadeia de sete plantas industrializadoras de leite e o financiamento de programas de mecanização agrária.

HONRAS MÁXIMAS

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi recebido na quinta-feira com as honras máximas de Estado na Bolívia.

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"Esperamos que esta visita e nossos esforços sejam em prol do benefício de ambos os países e da prosperidade de ambos os povos", disse o líder iraniano no aeroporto de La Paz, onde foi recebido por Morales, pelo vice-presidente Alvaro García, por todo o gabinete e por chefes militares e policiais.

Ahmadinejad, primeiro presidente iraniano a visitar a Bolívia, está no centro de uma polêmica mundial por suas ambições nucleares, que afirma terem fins exclusivamente pacíficos.

Ele foi recebido por centenas de pessoas dentro e fora do aeroporto boliviano, aonde chegou proveniente de Nova York, depois de uma escala na cidade de Santa Cruz, num avião oficial venezuelano.

Cerimonioso, embora de trajes informais, ele passou em revista um destacamento militar antes da troca de saudações protocolares com Morales.

"Com muito respeito e com muito carinho recebemos esta visita para a partir desta data trabalhar de maneira conjunta por nossos povos e pela humanidade", disse Morales, que chamou a visita de "um encontro histórico entre nações".

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O iraniano ficaria cerca de quatro horas em La Paz, e em seguida visitaria o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Caracas.