Os chanceleres da Bolívia e do Paraguai garantiram, na sexta-feira, que seus países manterão o apoio à Venezuela na disputa pela vaga da América Latina no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A disputa entre a Venezuela e a Guatemala por uma das vagas rotativas do órgão foi paralisada na sexta-feira, em meio à esperança de que os países da região solucionem o impasse.
Nenhum dos dois candidatos obteve a maioria de dois terços necessária para ser eleito na Assembléia Geral da ONU. Foram três dias de negociações e 30 rodadas de votação.
- Não analisamos outras alternativas. Há boatos sobre outras alternativas, mas nós, da Bolívia, não as analisamos ainda. Vamos continuar dando apoio à Venezuela - disse a jornalistas o ministro boliviano das Relações Exteriores, David Choquehuanca.
O chanceler, que está em Assunção para uma visita de dois dias, manifestou também sua esperança de que a paralisação acertada possibilite que se encontre uma saída "favorável aos interesses da região".
O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, disse que seu país observará o compromisso acertado com seus parceiros do Mercosul, bloco que resolveu, no último encontro dos presidentes dos países-membros, ocorrido na cidade argentina de Córdoba, em julho, dar apoio à Venezuela.
- Nós pedimos que as partes dialoguem a fim de que cheguemos a um entendimento, mas o Paraguai selou um compromisso e continuará a observá-lo - garantiu.
O Paraguai é membro pleno do bloco, no qual a Venezuela ingressou recentemente.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, um inimigo dos EUA, descreve a votação na Assembléia Geral como uma batalha contra os americanos, que apóiam a candidatura da Guatemala.
O Chile, que por enquanto se absteve de votar, afirmou na quarta-feira que a América Latina havia dado início a uma busca por um candidato de consenso. Mas, até quinta-feira, os dois candidatos garantiam que continuavam a disputar a vaga.
O Conselho de Segurança é formado por 15 países, dos quais dez são membros rotativos, permanecendo no órgão por períodos de dois anos. Os EUA, a Grã-Bretanha, a China, a Rússia e a França são os membros permanentes e, nessa qualidade, possuem poder de voto.
Leia mais Globo Online
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura