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Militares fazem guarda em frente a uma subsidiária da Iberdrola em La Paz | AFP
Militares fazem guarda em frente a uma subsidiária da Iberdrola em La Paz| Foto: AFP

A Bolívia espera atingir um acordo com a empresa privada espanhola Iberdrola após nacionalizar quatro de suas empresas no país andino, enquanto que o governo ibérico lamentou a medida e pediu "segurança jurídica".

O presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou neste sábado (29) a nacionalização das empresas distribuidoras de eletricidade das cidades de La Paz e Oruro, geridas pela companhia espanhola Iberdrola.

A medida também afetou suas duas empresas menores de serviços: a Companhia Administradora de Empresas Bolívia (CADEB) e a Empresa de Serviços EDESER, com sede na cidade de La Paz.

"Imagino que eles (os representantes de Iberdrola) estarão aqui na próxima semana. Vamos conversar com eles sempre em um ambiente cordial para ver de que maneira podemos chegar a uma transação que seja favorável para ambas as partes", afirmou neste domingo o ministro de Energia, Juan José Sosa.

Segundo o governo, ainda não se sabe o valor das quatro empresas, principalmente da Electropaz e Elfeo, que atendem a uma população urbana de 1,8 milhão de pessoas, enquanto que veículos locais - citando dados do mercado espanhol - apontaram que elas teriam um valor de mercado de 100 milhões de dólares.

Após a avaliação, "serão descontados os passivos e sentaremos para negociar com a empresa Iberdrola da Espanha para ver quanto é o montante justo" da indenização, afirmou a autoridade governamental.

segundo Sosa, os ganhos anuais em 2011 da Electropaz foram de 77 milhões de bolivianos (11 milhões de dólares) e da Elfeo de 20 milhões de bolivianos (2,9 milhões de dólares).

Um primeiro diálogo seria realizado na próxima semana, disse o ministro, e reiterou o discurso governamental de que o decreto respondia à necessidade de equilibrar a qualidade de serviço entre o campo e as cidades e de rebaixar as tarifas de luz para povos rurais.

A Iberdrola disse em Madri que espera o pagamento "pelo valor real" de suas ações, mas sem precisar uma quantia.

O presidente boliviano tomou a medida oito meses depois de expropriar a Transportadora de Eletricidade (TDE), empresa na qual a Red Eléctrica de Espanha (REE) possui quase 100% das ações.

Com relação a esse caso, o ministro Sosa disse que ainda se encuentra na fase de avaliação patrimonial e que uma vez concluído será feita a negociação com a empresa para o pagamento de uma compensação.

Espanha lamenta nacionalização

O governo da Espanha "lamenta" a decisão da Bolívia de nacionalizar quatro filiais administradas pelo grupo espanhol Iberdrola e recorda a La Paz a importância da "segurança jurídica" para os investimentos estrangeiros no país.

"A segurança jurídica é uma exigência inevitável de qualquer investimento estrangeiro na Bolívia", declarou o ministro da Indústria espanhol, José Manuel Soria.

A mesma opinião foi manifestada pelo ministério espanhol de Assuntos Exteriores em um comunicado.

"Lamento esta decisão realizada sem notificação prévia às autoridades espanholas, que foram surpreendidas pela medida", completou Soria.

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