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A Bolívia intensificou os controles de fronteira em resposta à situação no Equador, que declarou um conflito armado interno nesta semana após vários atos violentos de grupos criminosos.
Apesar de não fazer divisa com o país afundado em uma crise de segurança, o comandante da polícia boliviana, Álvaro Álvarez, disse a repórteres, nesta sexta-feira (12), que os departamentos de fronteira foram instruídos a intensificar seu trabalho de identificação de pessoas com "probabilidade" de querer entrar na Bolívia, como precaução contra a possível entrada de membros de grupos criminosos fugitivos do Equador.
As autoridades instruíram a Interpol na Bolívia a preparar ações e intensificar seu trabalho nessa situação, bem como pediram aos serviços de migração que sejam especialmente vigilantes em seu trabalho, dada a situação delicada do país sul-americano.
O vice-ministro do Interior, Jhonny Aguilera, entrou em contato com a polícia e autoridades governamentais do Equador para oferecer apoio, se necessário, diante da crise nacional.
O Equador viveu um dia de terror na terça-feira (9), que deixou mais de dez mortos em Guayaquil e em outras cidades do país em vários atos de violência, que incluíram a invasão em uma emissora de televisão por um grupo armado, carros incendiados, ameaças a universidades, instituições estatais e empresas.
Os incidentes começaram após a fuga de José Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder do Los Choneros, um dos grupos criminosos mais perigosas do país, com supostas ligações com cartéis mexicanos.
Em resposta, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou um estado de emergência de 60 dias em todo o país e declarou um "conflito armado interno", o que implica a mobilização e intervenção imediata das forças de segurança contra o crime organizado.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, expressou sua solidariedade ao Equador e condenou a violência no país, assim como o Ministério das Relações Exteriores.