10 mil veículos

ilegais circulam na Bolívia, segundo o governo. A oposição e a iniciativa privada contestam e dizem que são 120 mil.

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La Paz - No primeiro dia em que vigorou a medida aprovada pelo governo boliviano para regularizar carros ilegais, o serviço aduaneiro do país registrou o cadastro de mais de 7 mil veículos.

Nesta semana, o presidente Evo Morales promulgou uma po­­lêmica lei prevendo a nacionalização de veículos sem documentação, muitos dos quais contrabandeados de países vizinhos, principalmente do Brasil.

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Segundo informou a aduana do país, 60% dos carros foram registrados nas cidades de Cocha­­bamba e Santa Cruz. "A primeira etapa foi um sucesso'', disse a uma tevê local Marlene Ardaya, presidente do órgão.

O prazo para o processo de registro vai até o início de julho. Depois, na segunda etapa da na­­cionalização dos veículos, eles re­­ceberão uma nova "identidade''.

Para nacionalizar o automóvel, cada proprietário terá de pa­­gar entre US$ 2 mil (R$ 3.164) e US$ 3 mil (R$ 4.746). Não há distinção na lei sobre o ano de fabricação do veículo nem a data em que ele ingressou no país.

O governo boliviano diz que a legalização é importante para o Estado aumentar sua arrecadação com impostos. Estima-se um in­­cremento de US$ 7 milhões (R$ 7,9 milhões) nos cofres públicos, com o registro de 10 mil carros.

A iniciativa privada, o que inclui opositores do governo Mo­­rales, apresenta outros números. Para ela, são até 120 mil veículos irregulares circulando na Bolívia, e a nacionalização renderia para o governo cerca de US$ 100 mi­­lhões (R$ 158 milhões).

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A frota da Bolívia é de cerca de 1 milhão de automóveis. A maioria circula na capital, La Paz, que tem um trânsito caótico.

O governo do presidente Evo Mo­­rales afirmou que vai reforçar a fiscalização nas fronteiras para evi­­tar a entrada de carros roubados.

Governos da região, como Chi­­le, Paraguai, Peru e Brasil, enviaram a La Paz uma relação de veículos roubados em seus territórios. A aduana afirma que usará esses dados para evitar que eles sejam legalizados.

A faixa de fronteira com o Chi­­le é considerado o ponto mais sensível. Há uma série de denúncias de que funciona na região um co­­mércio de veículos roubados que seriam levados para a Bolívia. A fiscalização nessa área foi reforçada com a presença do Exército.

Além de aumentar a arrecadação de impostos, Evo Morales justificou sua decisão dizendo que ela beneficia a "gente pobre''. "To­­dos nós temos o direito de ter um carro'', disse o presidente.

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