Brasília O ministro de Minas de Energia, Silas Rondeau, informou que a Bolívia suspendeu o corte de fornecimento de gás ao Brasil. A decisão foi tomada na sexta-feira após reunião de Rondeau com seu contraparte boliviano, Carlos Villegas.
O fluxo de gás começou a ser normalizado ontem, segundo o governo brasileiro. "O ministro Villegas foi muito rápido no atendimento ao Brasil", comentou Rondeau, por intermédio de sua assessoria de imprensa.
O fornecimento de gás ao Brasil foi reduzido por causa de conflitos entre as populações nas províncias de Gran Chaco e OConnor, no sul da Bolívia. Elas disputam a área de Chimeo, que arrecada US$ 10 milhões em royalties sobre a produção de petróleo e gás. Por causa da tensão na região, houve uma redução de 7% no volume de gás fornecido ao Brasil, que deixou de receber 1,8 milhão de metros cúbicos por dia. Desse corte, a maior parte 1,2 milhão de metros cúbicos iam para uma usina térmica de Cuiabá e os outros 600 milhões de metros cúbicos para a paulista Comgás.
A redução no fornecimento, porém, não chegou a ser sentida pelo consumidor porque a usina térmica tinha reservas de gás para quatro dias. Na sexta-feira, Rondeau chegou a detalhar um plano de contingenciamento do gás, que poderia ser acionado caso a crise se prolongasse além da quinta-feira que vem.
Controle
Forças do Exército da Bolívia recuperaram o controle da estação que bombeia gás natural para a Argentina e a Polícia Nacional fez o mesmo nas ruas do povoado de Yacuiba, no sul do país, disseram as autoridades na sexta-feira. A restauração da jurisdição oficial ocorreu após uma operação militar ordenada pelo presidente do país, Evo Morales, de acordo com os ministros da Defesa, da Presidência e de Governo (Interior), em entrevista coletiva conjunta no Palácio de Governo.