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Crise política

Bolívia terá novas eleições em janeiro, diz senadora cotada para assumir governo

Mulher remove cartazes de Evo Morales em El Alto, Bolívia, 11 de novembro, após a renúncia do líder esquerdista da presidência (Foto: Aizar RALDES / AFP)

A senadora Jeanine Añez, segunda vice-presidente do Senado da Bolívia, e primeira na linha sucessória após a renúncia de Evo Morales e todos que estavam antes dela, afirmou nesta segunda-feira, 11, que serão convocadas eleições para que o país tenha um novo presidente eleito já em janeiro.

"Vamos convocar eleições com personalidades comprovadas, que realizem um processo eleitoral que reflita o desejo e o sentimento de todos os bolivianos", disse à imprensa na entrada da Assembleia Legislativa de La Paz.

A renúncia de Evo Morales, que nesta segunda-feira chamou dirigentes opositores de "racistas e golpistas", deixou um vácuo de poder como resultado de três semanas de protestos desencadeados por eleições supostamente irregulares pelas quais o primeiro presidente indígena da Bolívia teria buscado se perpetuar no poder.

Debate pela sucessão

Na ausência do presidente, a Constituição da Bolívia estabelece que a sucessão passa primeiro para o vice-presidente, depois para o chefe do Senado e então ao presidente da Câmara dos Deputados, mas todos renunciaram com Evo.

A renúncia do vice-presidente, Álvaro García Linera, da presidente e do vice-presidente do Senado, Adriana Salvatierra e Rubén Medinacelli, e do presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Borda, criou uma situação de incerteza na linha de sucessão constitucional.

A segunda vice-presidente do Senado, a opositora Jeanine Añez, reivindicou seu direito de assumir a presidência da Bolívia. "Ocupo a segunda vice-presidência e, na ordem constitucional, me corresponderia assumir esse desafio com o único objetivo de convocar novas eleições", disse Añez, entrevistada pela rede de televisão privada Unitel.

O líder opositor boliviano Luis Fernando Camacho negou nesta segunda-feira que a renúncia de Evo Morales tenha representado um golpe de Estado na Bolívia e pediu uma transição pacífica na presidência.

"Nossa posição foi tomada a partir da resistência pacífica nas ruas, pedindo novas eleições e, finalmente, uma renúncia baseada na palavra do presidente Morales, que havia prometido que se houvesse mortes em seu governo ele renunciaria", disse Camacho em vídeo publicado por ele nas redes sociais.

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