O sequestrador de um Boeing 737 da Aeromexico nesta quarta-feira (9) no México é um boliviano que mora no México e afirmou estar cumprindo uma "missão divina", informou o secretário de Segurança Pública, Genaro Garcia Luna.
Segundo as autoridades, José Mar Flores, de 44 anos, disse à polícia que a data de hoje 9/9/9 (nove de setembro de 2009) é o número 666, considerado "o número da besta", invertido, e isso o teria inspirado a sequestrar o avião comercial, no caminho entre o balneário de Cancún e a Cidade do México.
Nove pessoas foram presas durante a ação policial que encerrou o sequestro, mas a polícia disse que havia apenas um sequestrador. Os outros aparentam ser apenas passageiros comuns que foram confundidos com suspeitos.
O ministro do Transporte, Juan Molinar, confirmou que não havia bomba a bordo da aeronave e que todos os passageiros e tripulantes haviam sido retirados em segurança.
Eles desceram do avião e embarcaram em ônibus, segundo imagens mostradas pela TV local, carregando a bagagem de mão e aparentando calma.
Logo que eles saíram, as forças de segurança mexicanas invadiram a aeronave e detiveram os suspeitos.
O governo considerou a situação "sob controle" e disse que os passageiros estavam em segurança.
Inicialmente, pensava-se que havia entre 5 e 8 sequestradores. Ameaça de bomba
O avião, um Boeing 737, havia sido sequestrado no balneário de Cancún, no Caribe, e obrigado a pousar na Cidade do México às 13h40 locais (15h40 de Brasília).
De acordo com a France Presse, o voo 576 vinha da Bolívia, com escala em Cancún e destino final na Cidade do México.
Havia 112 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, segundo autoridades norte-americanas. Os passageiros seriam mexicanos, americanos e franceses.
Os relatos iniciais davam conta de que os sequestradores ameaçaram explodir a aeronave com uma suposta bomba, de acordo com a imprensa local. Segundo relatos, eles tinham o que afirmavam ser explosivos atados a cintos. De acordo com a rede de TV CNN, eles seriam bolivianos ou colombianos.
A imprensa relatou que os supostos sequestradores exigiam conversar com o presidente mexicano, Felipe Calderón, de acordo com a imprensa.
Calderón deveria chegar às 14h25 locais ao hangar presidencial, no aeroporto, de onde partiria para Campeche, no início de uma série de viagens de trabalho. Segundo alguns jornais, o presidente já estava no aeroporto durante o incidente.
Imagens da TV local mostraram o avião parado no aeroporto, cujas atividades foram suspensas. Ele parou na cabeceira 23, em um lugar afastado do tráfego aéreo.
Os aviões que pousariam no terminal foram desviados para aeroportos alternativos, como Toluca.
Passageiros
A maioria dos passageiros não teve consciência do que estava acontecendo até que o avião se deslocou, já em terra, a uma área remota do aeroporto da capital mexicana, enquanto o piloto os avisava que havia sequestradores a bordo.
Marco Ramírez, um dos passageiros, disse à rede de televisão "Televisa" que, quando a aeronave pousou, a tripulação informou que havia uma "situação de negociação que escapava do alcance da companhia aérea" e pediu que crianças e mulheres fossem para o fundo do aparelho.
"Nos falavam pelo rádio que o avião tinha sido tomado por uma pessoa", disse, por sua parte, outro dos ocupantes do voo, identificado como Rodrigo Padilla.
Adriana Romero, uma das primeiras passageiras a sair, explicou que os passageiros só entenderam o que acontecia quando o avião foi cercado por vários veículos das forças de segurança mexicanas, com soldados que entraram no aparelho e começaram a tirá-los.
Romero e outros passageiros contaram que um dos sequestradores foi identificado como "um fanático boliviano" que carregava uma Bíblia.
Segundo as imagens mostradas pela "Televisa", vários militares entraram na aeronave depois que um grupo de pessoas saiu de dentro do avião e, minutos mais tarde, oito homens algemados foram retirados.
Padilla relatou que, na sala de embarque do avião em Cancún, viu vários homens aparentando nervosismo e que não paravam de se movimentar.
Já em voo, um deles se levantou várias vezes para tirar coisas dos armários superiores destinados à bagagem de mão.
"Foram momentos muito difíceis, de muito susto", disse Rocío García, outra passageira.
García também fez referência a um homem como possível sequestrador ou líder do sequestro. "Era uma pessoa de corpo robusto, morena, bem vestida."
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