A Bolívia realizará referendos sobre três níveis de autonomias junto com as eleições gerais do próximo domingo, que renovará os poderes Executivo e Legislativo. Além do pleito geral no qual serão eleitos presidente e parlamentares , os bolivianos vão decidir autonomias departamentais, indígenas e regionais.
O presidente Evo Morales, favorito nas pesquisas, faz propaganda do Sim na votação pelas autonomias, enquanto seus principais adversários não fazem campanha por nenhuma chapa, embora tenham apoiado as autonomias no passado.
Os eleitores de cinco das nove regiões da Bolívia (La Paz, Potosí, Chuquisaca, Oruro e Cochabamba) decidirão se suas regiões querem um regime de autonomia departamental, dentro dos termos da nova Constituição, que entrou em vigor em fevereiro deste ano. As outras quatro regiões Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija já se pronunciaram a favor de um regime autonômico em um referendo organizado em 2006.
O "Sim" às autonomias permitirá aos departamentos organizar governos autônomos que exerçam faculdades legislativas, regulamentares, fiscalizadoras e executivas.
Os habitantes da província Gran Chaco, do departamento de Tarija (sul), onde se concentra o grosso da riqueza petroleira nacional (Yacuiba, Villamontes, Capacarí), também decidirão em referendo sobre sua autonomia regional.
Finalmente, os eleitores de 12 municípios também poderão definir se desejam transformar seus territórios em "autonomia indígena originária camponesa".
Congresso
O controle do Congresso é o desafio mais importante para Evo Morales na eleição de domingo. As pesquisas mostram que ainda é incerto afirmar que o presidente garantirá os 2/3 de senadores para poder reformar a Constituição. Com maioria esmagadora na Câmara dos Deputados, a luta do presidente passa ao Senado.
Embora o Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente, tenha uma ampla maioria, ainda não possui os dois terços necessários para o controle absoluto.
Segundo as últimas pesquisas, de um total de 36 senadores, o MAS tem 22 garantidos, dois a menos do que precisa para a maioria absoluta. Dos 14 restantes, 9 são garantidos para o direitista Manfred Reyes Villa, 1 para o candidato de centro-direita Samuel Doria Medina e 4 ainda não se definiram.
Para o cientista político Carlos Hugo Molina, "com o controle absoluto do Senado, o MAS poderá aprovar as leis que quiser e designar autoridades dos poderes do Estado. Assim estará blindado das observações que lhe são feitas por autoritarismo, pois suas medidas terão respaldo do legislativo."
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