Jair Bolsonaro escreveu em espanhol para apoiar o movimento popular que deseja a saída de Nicolás Maduro.| Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

No dia marcado pela oposição venezuelana para pressionar a ditadura de Nicolás Maduro com o envio de ajuda humanitária oriunda dos Estados Unidos, Colômbia e Brasil, o presidente Jair Bolsonaro publicou mensagem de apoio ao movimento. “Força ao povo venezuelano! Deus no comando!”, escreveu, em espanhol, em sua conta no Twitter. O Brasil participa ativamente da pressão internacional contra Maduro e reconhece como presidente interino do país Juan Guaidó.

CARREGANDO :)

Os filhos de Bolsonaro, em particular o deputado federal Eduardo (PSL-SP), também postaram ao longo do dia considerações sobre a crise venezuelana. Eduardo é ativo em assuntos de política externa, sendo o avalista político da indicação do chanceler Ernesto Araújo. O Brasil já buscava uma posição crítica em relação à ditadura de Maduro desde o governo de Michel Temer (MDB), mas Bolsonaro e Araújo intensificaram a postura, alinhando-se ao governo de Donald Trump, nos EUA.

Preocupados com uma escalada que pudesse levar à entrada do Brasil em um conflito no país vizinho, os militares brasileiros recusaram o pedido norte-americano para que o Brasil usasse força para tentar fazer entrar os mantimentos que estão retidos na fronteira neste sábado. Para acomodar a intenção de Bolsonaro de participar ativamente na questão, a solução encontrada foi a de escoltar com policiais e soldados o transporte da ajuda humanitária até o limite do território brasileiro, mas rejeitar qualquer passo além.

Publicidade

Vacinas contra gripe

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou neste sábado a doação de 1 milhão de doses de vacinas contra a gripe para a Venezuela. Doria chamou Nicolás Maduro de “ditador que ocupa a posição de presidente da Venezuela” e manifestou apoio a Juan Guaidó, “que deve ser imediatamente empossado e [promover] eleições democráticas livres na Venezuela”. O presidente interino tem apoio do Brasil, dos Estados Unidos, da União Europeia e de várias outras nações do continente americano.

As negociações, afirma o governador, serão conduzidas pelo governo federal e coordenadas pelo chanceler Ernesto Araújo. A entrega deve acontecer nos próximos dias, especialmente por meio de caminhões, nas regiões vizinhas de Roraima.

A ajuda humanitária ao país vizinho, de 32 milhões de habitantes, faz parte da estratégia de Colômbia, Brasil e a oposição venezuelana para forçar a deposição de Maduro, que, isolado internacionalmente, depende do apoio das Forças Armadas para se manter no poder.

As vacinas têm origem no Instituto Butantan, em São Paulo, que passou por uma reforma para ampliar a capacidade de produção. Também serão doadas 1,7 mil doses de soro contra picadas de serpentes e aranhas. A capacidade de produção de vacinas da gripe foi ampliada de 55 milhões de doses ao ano para 140 milhões de doses ao ano, Segundo o instituto, a fábrica passa a ser a maior do Hemisfério Sul. A demanda do Ministério da Saúde é de 64 milhões de doses. O governo de São Paulo planeja exportar o excedente. A expansão custou R$ 83 milhões, provenientes da Fundação Butantan, vinculada ao instituto.