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Uma bomba matou 15 pessoas e feriu outras 35 no segundo ataque em poucos meses ao tradicional mercado de animais de Bagdá, disseram fontes da polícia.

A explosão atingiu o mercado Ghazil, que acontece nas manhãs de sexta-feira, uma hora antes do início do toque de recolher semanal para veículos, às 11h00 (06h de Brasília). O toque de recolher foi decretado para proteger as mesquitas durante as orações da sexta-feira.

Na quinta-feira, explosões mataram pelo menos 34 pessoas em Bagdá. O primeiro-ministro Nuri al-Maliki advertiu militantes sunitas e xiitas de que não terão refúgio durante uma grande campanha com apoio de tropas dos Estados Unidos.

Na segunda-feira, um dos piores ataques nos últimos meses matou pelo menos 88 pessoas no mercado Bab al-Sharji.

Segundo uma fonte da polícia, testemunhas acham que a bomba desta sexta-feira foi instalada em uma caixa de papelão com furos, para imitar um compartimento com pássaros. Papagaios, canários e outros animais exóticos são as principais atrações do mercado.

No dia 1o. de dezembro, também uma sexta-feira, um carro-bomba matou três pessoas no mercado Ghazil. O local atrai visitantes nos finais de semana em Bagdá, onde os locais de diversão pública são raros.

Depois do aumento no número de ataques a bomba nos últimos dias, as forças de segurança estão em estado de alerta elevado, já que os xiitas estão se preparando para marcar o ponto alto dos 10 dias de luto no ritual da Ashura, na segunda-feira.

São esperados centenas de milhares de peregrinos na cidade sagrada de Kerbala, ao sul de Bagdá, para as cerimônias que eram proibidas durante o regime de Saddam Hussein, dominado por sunitas. Agora, a festa é um grande evento anual para os xiitas, que pela primeira vez estão crescendo politicamente no Iraque.

Maliki disse ao parlamento na quinta-feira: ``Não haverá abrigo - nenhuma escola, casa, ou mesquita... Todos os locais serão revistados se virarem fontes de lançamento para o terrorismo, mesmo as centrais dos partidos políticos''.

Nos Estados Unidos, a decisão do presidente George W. Bush de mandar cerca de 20.000 soldados a mais para ajudar a evitar uma guerra civil em Bagdá sofre oposição no Congresso dominado agora por democratas. Legisladores dos EUA estão debatendo possíveis moções, criticando a decisão de Bush.

Alguns políticos questionam o compromisso de Maliki em combater as milícias ligadas a líderes que, como ele, são xiitas.

Washington identifica o Exército Mehdi, milícia leal ao clérigo xiita Moqtada al-Sadr, como a maior ameaça de segurança no Iraque.

O primeiro-ministro iraquiano prometeu combater os grupos armados de todas as orientações. Maliki depende do apoio político do movimento de Sadr no parlamento, mas vem sendo acusado de não reprimir o Exército Mehdi.

Um dirigente do movimento de Sadr, Bahaa al-Araji, prometeu apoio no parlamento ao plano de repressão aos grupos armados. Partidos sunitas e curdos também disseram que apoiarão o plano.

Desde que Maliki anunciou o plano, no início do mês, Bagdá foi atingida por uma série de ataques e dezenas de corpos de aparentes vítimas de esquadrões da morte ainda são encontrados na cidade diariamente. Na quarta-feira, foram encontrados trinta e um. Na manhã desta sexta-feira, a polícia disse que encontrou sete.

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