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terror na arábia

Bombardeio contra Médicos Sem Fronteiras mata 3 no Iêmen

Pelo menos três pessoas morreram e dez ficaram feridas depois que um míssil atingiu neste domingo (10) um centro administrado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Iêmen, informou uma porta-voz da ONG.

O míssil atingiu o centro de Razeh Rajeh, na província de Saada (norte), que é o principal reduto dos rebeldes houthis, declarou a diretora de comunicação da ONG no Iêmen, Malak Shaher, sem informar se foi lançado de um avião e se as vítimas são pacientes ou funcionários da clínica.

A MSF também não informou a autoria do ataque, mas nos últimos meses pelo menos duas de suas instalações foram alvo dos bombardeios da coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita.

Em 3 de dezembro, esta aliança militar bombardeou um hospital de campanha da ONG na cidade iemenita de Taiz, que deixou nove pessoas feridas, dois deles trabalhadores da MSF.

A ONG explicou então que evacuou as instalações médicas depois de forças da coalizão começarem a bombardear uma área a dois quilômetros de distância. Em outubro, outro hospital apoiado por MSF ficou completamente destruído após ser bombardeado no distrito de Haydan, em Saada.

A Arábia Saudita na época negou que a coalizão que lidera no Iêmen tenha bombardeado o hospital e criticou a ONU por ter atribuído a eles o ataque.

Sem trégua

A coalizão árabe anunciou no dia 2 de janeiro que encerrou o cessar-fogo declarado no Iêmen em 15 de dezembro.

Em comunicado, o grupo afirmou que a trégua foi encerrada às 14h (9h em Brasília) diante dos contínuos ataques de mísseis dos rebeldes houthis contra o território saudita. Segundo o grupo, os rebeldes ainda atiraram contra postos fronteiriços sauditas, dificultaram transporte de comboios com ajuda humanitária e bombardearam civis nas cidades sob seu controle.

Forças aliadas aos rebeldes informaram que dispararam um míssil contra uma sede de segurança da cidade de Abha, no sul da Arábia Saudita. Riad afirmou que suas forças da Defesa Aérea interceptaram o míssil e destruíram a plataforma de lançamento de foguetes no Iêmen.

O período de cessar-fogo foi resultado das negociações de paz realizadas na Suíça para tentar acabar com a guerra civil que devasta o país. De um lado, estão as forças de segurança que apoiam o governo iemenita do presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi. Do outro, os rebeldes houthis, que recebem apoio do Irã.

A Arábia Saudita e outros países árabes do golfo Pérsico intervieram no Iêmen no fim de março para reconduzir ao poder o governo iemenita, apoiado pela Arábia Saudita, mas após oito meses de bombardeios os houthis ainda controlam a capital, Sanaa.

Grupos de defesa dos direitos humanos têm manifestado preocupação com o crescente número de mortes causadas pelos bombardeios e combates terrestres nesse país pobre.

Mais de 5.600 pessoas morreram no conflito e o enviado pela Organização das Nações Unidas para buscar uma saída pela diplomacia ainda não conseguiu uma solução política ou a desaceleração do ritmo dos combates.

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