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O bombardeio por forças israelenses de uma das principais rodovias que ligam o Líbano à Síria pode prejudicar a já difícil retirada de brasileiros do Vale do Bekaa, informou neste domingo o coordenador do grupo de apoio aos brasileiros no Líbano, Everton Vieira Vargas. Segundo o Itamaraty, a embaixada brasileira em Beirute já entrou em contato com autoridades libanesas para saber a real extensão do ataque e assim avaliar a viabilidade de organização de novos comboios deixando a região.

- Esta é a principal via usada por brasileiros para deixar o Vale do Bekaa. É preciso saber em que condição ficou a estrada antes de novas tentativas de resgate - disse.

Pensar em formas de deixar a região em segurança após o ataque de sábado será a primeira missão da dupla de diplomatas brasileiros que estão sendo enviados pelo Itamaraty para o Vale do Bekaa para coordenar a evacuação. Em contato com líderes comunitários locais eles pretendem determinar a quantidade de brasileiros na região e organizar novos comboios para a Síria.

Neste domingo, cerca de 110 brasileiros que deixaram o Vale do Bekaa sem a ajuda do governo brasileiro chegaram a Damasco, na Síria, aumentando de 120 para 330 o número de pessoas à espera de um lugar a bordo de um vôo de volta para o Brasil. O Itamaraty já entrou em contato com a TAM para discutir a viabilidade de um novo vôo à região, mas ainda não há uma data definida para viagem.

Na segunda-feira, um avião da Força Aérea Brasileira deixa Adana, na Turquia, em direção ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Cerca de 80 brasileiros aguradam o embarque na capital turca.

Neste domingo, uma nova leva de brasileiros vindos da região do conflito chegou ao Brasil nas asas de um Boing 707 da FAB. Entre os 152 passageiros, uma brasileira cujo marido permaneceu no Líbano para lutar pelo Hezbollah.

- Eu voltei com os meus dois filhos, mas o meu marido, que pertence ao Partido do Hezbollah, ficou. Atualmente, ele trabalha providenciando medicamentos e alimentos para os feridos, mas se houver a necessidade de lutar, ele lutará - disse à GLOBONEWS, a dona de casa Nelisia Aparecida de Oliveira.

Segundo Toni Kfouri, a situação no país é insustentável.

- Os postos estão sem gasolina para que o povo não possa fugir. Cada carro que deixa a região leva de dez a doze pessoas - contou.

Até o momento, segundo o Itamaraty, cerca de 1.718 brasileiros já deixaram o Líbano, seja com a ajuda do governo ou por conta própria. Mas apenas 1.199 conseguiram retornar ao Brasil nos vôos da TAM/GOL e FAB.

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