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Um bombardeio russo à cidade de Voznessensk, no sul da Ucrânia, deixou 12 civis feridos, entre eles quatro crianças, neste sábado (20). O local atingido fica a 30 quilômetros da usina nuclear de Pivdennoukrainsk, a segunda maior usina nuclear do país, conforme informaram as autoridades ucranianas.
A região alvo do ataque aumenta a preocupação com o risco de acidentes de grandes proporções, podendo levar à contaminação radioativa numa grande extensão de área.
O bombardeio deste sábado danificou várias casas e um prédio de apartamentos, informou pelo Telegram o governador da região de Mykolaiv, Vitaliy Kim, conforme noticiou o G1. Alertas antiaéreos soaram repetidamente durante todo o dia na zona atingida.
"É possível que o míssil tenha sido apontado especificamente para a central nuclear de Pivdennoukrainsk, da qual o Exército russo tentou assumir o controle, no início de março", indicou em um comunicado a empresa Energoatom, que opera as quatro usinas nucleares ucranianas.
A Rússia não reagiu imediatamente a esta acusação. Nenhum dano foi relatado na usina de Pivdennoukrainsk, a segunda no país depois de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia.
Durante uma conversa por telefone, na sexta-feira (19), os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, concordaram em organizar "o mais rápido possível" uma inspeção da usina nuclear ucraniana de Zaporíjia, alvo de recentes bombardeios.
De acordo com o governo francês, Putin aceitou que a missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) "passe pela Ucrânia”. O líder russo "enfatizou que o bombardeio sistemático [...] do território da usina nuclear de Zaporíjia cria um perigo de desastre em grande escala, que poderia levar à contaminação radioativa de vastos territórios", de acordo com o Kremlin.
Kiev e Moscou se acusam mutuamente de perigosos bombardeios no local. O governo ucraniano diz que as tropas russas atiram contra a central nuclear para acusar Kiev desses bombardeios.
A Otan denuncia que a ocupação russa da usina de Zaporíjia "representa uma ameaça séria para as instalações [e] aumenta o risco de um acidente ou um incidente nuclear" na Europa.