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Reduto rebelde

Bombardeio saudita em prisão no Iêmen deixa dezenas de mortos

Funcionários de resgate procuram sobreviventes nos escombros de edifícios após bombardeio saudita em Sanaa, Iêmen, 19 de janeiro. Novos bombardeios deixaram dezenas de mortos em uma prisão no país (Foto: EFE/EPA/YAHYA ARHAB)

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Pelo menos 70 pessoas morreram e 138 ficaram feridas em um bombardeio atribuído à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita contra um centro de detenção localizado em Sadah, reduto dos rebeldes houthis no norte do Iêmen, segundo informações de autoridades do governo local, organizações internacionais e os rebeldes que controlam a área.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou nesta sexta-feira que "há mais de 100 pessoas entre mortos e feridos, e o saldo está aumentando".

Os corpos das vítimas foram contabilizados em necrotérios de três hospitais da cidade de Sadah, perto da fronteira com a Arábia Saudita, enquanto prosseguem as operações de resgate e busca no local do ataque ocorrido na noite de quinta-feira.

O diretor da organização Médicos Sem Fronteiras disse à imprensa internacional que o hospital da cidade recebeu cerca de 70 mortos e 138 feridos, e que já não tinha mais capacidade para atender mais pessoas. Outros dois hospitais na cidade também ficaram lotados de vítimas do ataque.

O ataque também derrubou a internet no país inteiro.

O alvo do atentado era um prédio de dois andares localizado na cidade que servia de centro de detenção para réus que aguardavam julgamento, muitos deles imigrantes africanos que chegaram ao Iêmen e tentavam entrar ilegalmente na Arábia Saudita.

Moradores da cidade disseram anteriormente à Efe que aviões da coalizão árabe realizaram três bombardeios consecutivos, mas a aliança liderada por Riad não confirmou esta ação militar, embora tenha lançado outros contra a cidade de Al Hudeida, no sudoeste do Iêmen.

Já o ministro da Saúde do governo houthi, Taha al Mutawakil, disse à emissora de TV "Al Masira" que os corpos recuperados até agora são 65 e que os feridos somam 138.

Ele também fez um apelo através da emissora afiliada ao movimento insurgente para que organizações internacionais e ONGs enviem suprimentos médicos, equipamentos e ambulância aérea para tratar e retirar os feridos.

Al Mutawakil disse que o sistema de saúde iemenita não consegue lidar com esta "emergência", especialmente em Sadah, observando que os hospitais não dispõem atualmente de combustível para fazer funcionar todos os geradores elétricos.

As hostilidades se intensificaram no Iêmen após um ataque a um aeroporto dos Emirados Árabes Unidos que foi reivindicado pelos houthis.

A província de Sadah está localizada no extremo noroeste do Iêmen e é um dos principais redutos dos rebeldes xiitas; sua infraestrutura foi severamente danificada nos últimos sete anos de conflito, com escassez de suprimentos em territórios controlados por Houthi.

A coalizão árabe que intervém no Iêmen desde março de 2015, além de realizar campanhas de bombardeio, impõe um bloqueio ao país, controlando as mercadorias que entram por mar, terra e ar, alegando que os houthis recebem armas de seu aliado, o Irã.

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