Pelo menos nove pessoas morreram em uma série de ataques da Força Aérea do Quênia contra posições do grupo radical islâmico Al Shabab no sul do território somali, informou nesta quarta-feira (21) o site "Somalia Report".
Segundo a página, que cita como fonte testemunhas dos ataques, os bombardeios aconteceram nesta terça (20) e tiveram como alvo várias casas da cidade de Hosungow, a 160 quilômetros da cidade litorânea de Kismayo, onde estariam membros do Al Shabab.
O morador local Abdul Wahhab Moalim Daahir disse ao site que três caças quenianos atacaram casas habitadas por civis, matando sete crianças e duas mulheres.
"A maioria das vítimas é de civis, mas pelo menos dois combatentes do Al Shabab também morreram", afirmou a fonte.
O porta-voz do Exército queniano, Emmanuel Chirchir, informou em sua página no Twitter que houve dois ataques aéreos contra um campo do Al Shabab próximo à fronteira do Quênia.
Segundo Chirchir, que não mencionou nenhuma baixa civil, um alto comando, um administrador e 17 combatentes da milícia radical morreram nos ataques.
O porta-voz militar pediu aos somalis para "não interagir com membros do Al Shabab enquanto as Forças de Defesa do Quênia intensificam seus ataques aéreos no centro e no sul da Somália".
Por sua vez, Sheikh Abdi Aziz Abu Musab, porta-voz do Al Shabab citado pelo "Somalia Report", negou a morte de membros do grupo, mas admitiu que um avião militar tinha atacado a milícia em Hosungow.
As tropas quenianas entraram na Somália no dia 15 de outubro deste ano, dois dias depois do sequestro de duas voluntários espanholas da ONG Médicos sem Fronteiras no campo de refugiados fronteiriço de Daabad (nordeste do Quênia). O exército queniano culpa o Al Shabab por esse sequestro e outros ocorridos em seu território.
A milícia, que controla amplas regiões do sul e do centro da Somália, combate desde 2006 o Governo Federal de Transição somali e as tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) com o objetivo de instaurar um Estado islâmico.