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Clima de guerra

Bombardeios reacendem tensão entre as Coreias

Foto tirada por turista sul-coreano mostra nuvens de fumaça na ilha de Yeonpyeong após disparos de forças da Coreia do Norte | República da Coreia/AFP
Foto tirada por turista sul-coreano mostra nuvens de fumaça na ilha de Yeonpyeong após disparos de forças da Coreia do Norte (Foto: República da Coreia/AFP)
Veja o mapa da fronteira entre as duas Coreias |

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Veja o mapa da fronteira entre as duas Coreias

Pequim - As Coreias do Norte e do Sul trocaram um intenso fogo de artilharia ontem, com um saldo de dois soldados sul-coreanos mortos e ao menos 16 feridos, dos quais 3 civis, segundo comunicado do governo sul-coreano. Até as 19h30 (horário de Brasília), não havia informações sobre baixas norte-coreanas. Os dois lados se acusaram de ter atacado primeiro.

A Coreia do Norte bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, no Mar Amarelo (noroeste do país) às 14h34 locais (11 horas mais do que Brasília). Cerca de cem projéteis atingiram a ilha, que tem cerca de 1.200 moradores.

"As chamas estão se espalhando de casa para casa. As coisas estão realmente fora de controle. É muito sério, pois as casas são conjugadas", disse um morador ao canal sul-coreano MBN.

O ataque foi considerado o mais grave feito pela Coreia do Norte contra civis sul-coreanos desde que o regime comunista plantou uma bomba num avião de passageiros em 1987, matando 115 pessoas.

Já os militares sul-coreanos dispararam mais de 80 projéteis contra posições norte-coreanas, en­­viaram ao menos um caça para a região e colocaram as Forças Ar­­madas no alerta mais alto antes do estado de guerra, informaram fontes oficiais.

Apesar de sul-coreana, a ilha é bem mais próxima da Coreia do Norte, 12 km de distância, e está a 3 km ao sul da fronteira marítima traçada pela ONU ao final da Guer­­ra da Coreia (1950-53). A demarcação é contestada por Pyongyang, que exige o controle da área.

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, ordenou que a Força Aérea atacasse uma base de mísseis na costa em caso de nova "provocação’’, disse a agência estatal Yonhap.

A Coreia do Sul reconheceu que fazia exercícios militares na região quando houve o confronto, mas afirmou que seus tiros de prática estavam dirigidos para o mar.

A Coreia do Norte, por sua vez, disse que foi atacada partir das 13 h e que "adotou uma forte ação mi­­litar’’, afirmou a agência estatal de notícias KCNA. O regime comunista prometeu "contra-ataques impiedosos’’ caso seu território sejam invadido "por até 0,001 milímetro’’.

O confronto de ontem piora ainda mais as relações entre os dois países, que sofreram outro abalo no fim de semana, quando foi revelada a existência de uma moderna planta de enriquecimen­­to de urânio na Coreia do Norte com 2 mil centrífugas.

EUA prometem defender aliado

A Casa Branca respondeu rápido ao ataque entre as Coreias ontem, condenando Pyongyang fortemente em nota e exortando o fim "da ação beligerante’’ do norte. "Estamos em contato próximo com nossos aliados sul-coreanos.[...] Os EUA estão firmemente comprometidos com a defesa de seu aliado e com a manutenção da paz.’’

Como a agressão ocorreu duas semanas após cientistas norte-americanos terem sido convidados a visitar uma nova usina nuclear norte-coreana, o ataque foi encarado nos EUA como um "aviso’’.

Irritada com a manutenção de sanções por seu programa nuclear e com necessidade imediata de alimentos, Pyongyang teria resolvido mostrar seus dentes e assim incomodar Washington.

O Pentágono avaliou que é prematuro falar em resposta militar e não vai reforçar por agora suas tropas na região.

O Conselho de Segurança da ONU discutia ontem se convocaria reunião especial para discutir o ataque. O secretário-geral da ONU), Ban Ki-moon, qualificou o ataque como "condenável" e exigiu "contenção imediata" das partes.

Rússia, Japão, União Europeia e Otan também condenaram o ataque.

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