Numa manobra militar que não era vista desde a Guerra Fria, dois bombardeiros estratégicos russos TU-95 sobrevoaram na quarta-feira a base militar dos EUA na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, criando momentos de tensão que não eram vistos há quase 20 anos, depois que caças americanos fizeram uma interceptação e escoltaram a aeronave para longe. A ação, revelada na quinta-feira, esteve longe de ter sido algo isolado: o vôo fez parte de uma megaoperação militar que contou com 40 missões de bombardeiros capazes de carregar armas nucleares, além do teste de mísseis de cruzeiro.

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As missões visivelmente foram realizadas dentro da recente política russa de aumentar o tom de sua voz das relações internacionais. Em vez de negar, ou desviar-se de perguntas sobre a ação, a Força Aérea Russa confirmou os vôos, chegando a fornecer detalhes específicos.

- Na quarta-feira, renovamos nossa tradição quando nossos jovens pilotos sobrevoaram Guam em dois aviões - disse o comandante da Força Aérea Russa, o general Pavel Androsov, que descreveu a interceptação dos caças americanos, dizendo que as aeronaves estiveram tão próximas que houve contato visual entre os pilotos. - Trocamos sorrisos com nossos colegas, que decolaram de um porta-aviões dos EUA. Então, voltamos para casa.

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Os EUA e a Otan não comentarm as ações russas, mas, pelo que disse o comando aéreo russo, os caças da aliança militar ocidental tiveram bastante trabalho, com interceptações de bombardeiros russos em diversos pontos do planeta.

- Dentro dos exercícios de verão, foram efetuadas cerca de 40 missões de vôo, que foram realizadas por aviões TU-160, TU-95, TU-22 e Il-76t - disse o porta-voz da Força Aérea Russa, Alexandr Drobyshevski. - Nas missões de vôo sobre as águas do Pacífico e do Atlântico, as aeronaves de nossa aviação estratégica estiveram acompanhados por caças da Otan.

Segundo Moscou, as missões tiveram variados objetivos e foram realizadas de dia e de noite. Foram treinadas a interação com aviões de interceptação, a reposição de combustível durante o vôo e a simulação de superação de sistemas antiaéreos inimigos. Além disso, foram disparados simultaneamente vários mísseis de cruzeiro contra alvos no Ártico, ao norte da Rússia.

- Foi o primeiro lançamento em massa de mísseis de cruzeiro em muitos anos - confirmou o comandante Androsov.