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Policiais e agentes do FBI estão revendo imagens da Maratona de Boston em busca de pistas sobre as explosões que mataram três pessoas e feriram 176 na segunda-feira (15). Segundo emissores de TV norte-americanas, as bombas foram colocadas em panelas de pressão. A polícia e o FBI ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o conteúdo da bomba. Nesta terça-feira (16), o Taleban no Paquistão negou a autoria dos ataques.
De acordo com as emissoras, as panelas de seis litros de capacidade foram recheadas com explosivos, que ainda não foram identificados, e peças de metal, como agulhas, pregos, pedaços de metal e rolamentos como os de skates. As duas bombas teriam sido colocadas dentro de duas mochilas pretas e deixadas próximo ao público que estava na linha de chegada da maratona.
A emissora de TV CNN afirmou que os explosivos usados não foram avançados, como dinamite e explosivos plásticos.O canal informou também que a fumaça pode ter sido resultado de uma mistura lenta dos explosivos com a mistura com elementos químicos colorantes, que foi ativada por meio de um alarme ou telefone celular.
Os investigadores encontraram pedaços de circuitos eletrônicos que indicariam o uso de timer para detonar a bomba, informou a emissora. Já a NBC disse que as bombas provavelmente foram acionadas via telefone celular.
Uma fonte policial informou que o aparato foi feito de maneira a parecer material descartado. Uma das possibilidades é que tenha sido deixado em uma lata de lixo. As bombas foram descritas como de baixa potência. Aparentemente ela continha estilhaços e pregos, o que é coerente com os ferimentos observados, segundo médicos que atenderam as vítimas. Analistas ouvidos pelo jornal "Boston Globe" sugerem que o atentado foi obra de terror interno e não de uma rede internacional de terroristas.
Nesta terça, o governador de Massachusetts, Deval Patrick, disse que nenhuma bomba não detonada foi encontrada nas proximidades do trajeto da maratona de Boston e que os dois explosivos que mataram três pessoas e deixaram mais de 150 feridas foram os únicos usados no ataque realizado na segunda-feira (15).
Vítimas
Um dos três mortos nos atentados é um menino de 8 anos identificado como Martin Richard (foto abaixo), que estava aguardando a chegada do pai na maratona. Sua mãe, que também estava no local, sofreu traumatismo craniano, enquanto sua irmã, de 6 anos, perdeu uma perna. Nesta terça-feira, uma usuária do Facebook postou uma foto antiga de Martin em que o garoto que pede paz em um cartaz.
Outra vítima é Krystle Campbell (foto abaixo), de 29 anos. Ela vivia em Medford, Massachussets. "Minha filha era a mais amorosa das meninas. Ajudava a todos e estou muito chocado com tudo. Estamos devastados", disse o pai de Krystle. Ela estava na linha de chegada com um amigo esperando o namorado, que participava da corrida. Seu pai afirmou não saber se o jovem completou a maratona antes das explosões. A terceira pessoa morta foi um cidadão chinês que estudava da Boston University. A família não autorizou a divulgação do nome e a informação foi repassada pelo porta-voz da instituição.
Aaron Hern, de 11 anos, teve mais sorte. Ele foi atingido por estilhaços na coxa enquanto esperava sua mãe cruzar a linha de chegada, mas resistiu à explosão. Dos 17 feridos em estado crítico, estima-se que oito são crianças, incluindo um bebê de dois anos que sofreu um ferimento na cabeça. Mais de 30 vítimas sofreram amputações ou cirurgia corretiva nos membros mutilados. Uma criança de 2 anos sofreu um ferimento na cabeça e está sendo atendido no Hospital Infantil de Boston. Ao todo, são 176 feridos.
Hospitais da região de Boston estão preparando cirurgias para as vítimas. Muitas sofreram lesões na parte inferior das suas pernas, segundo Peter Fagenholz, traumatologista do Hospital Geral de Massachusetts. "Estamos vendo muitas lesões por estilhaços", disse Fagenholz a jornalistas. Os médicos do local atenderam 29 pessoas, sendo oito em estado crítico.
Médicos que atenderam as vítimas da dupla explosão disseram que várias pessoas tiveram ferimentos provocados por elementos contundentes. O cirurgião do Hospital Geral de Massachusetts, George Velmahos, disse que teve que retirar mais de 30 agulhas e pregos de alguns pacientes.Ele afirmou que a maioria dos feridos foi atingido nas pernas, em indício de que as bombas estariam no chão. O chefe da emergência do hospital Brigham, Ron Walls, disse que, além dos pregos, foram retirados agulhas e rolamentos de skates. "Tudo o que vimos foram diversos materiais que foram disparados após a explosão, mas que não foram adicionados às bombas", afirmou.
Foi o pior ataque a bomba nos EUA desde que a segurança foi elevada após os atentados de 11 de setembro de 2001. Nesta quarta-feira (17) será organizada uma cerimônia em memória às vítimas.
Obama
Em pronunciamento nesta terça-feira, o presidente Barack Obama qualificou os atentados como um "ato de terror". três pessoas mortas e mais de 170 feridas, afirmando ainda que não há identificação dos responsáveis e dos motivos do ato.
"O FBI investiga isto como um ato de terror. O que não sabemos é quem o realizou, não sabemos se foi um grupo estrangeiro ou americano, ou se ação de um indivíduo", afirmou Obama, em declaração na Casa Branca transmitida ao vivo para todo o país.
Investigadores buscam pistas
Grande parte do centro de Boston continua isolada pela polícia nesta terça, enquanto autoridades investigam a origem das duas bombas que explodiram junto à linha de chegada da tradicional maratona local.
Um trecho da rua Boylston e os quarteirões ao seu redor ficaram fechados ao tráfego para que a polícia procure indícios sobre quem deixou as bombas detonadas na segunda-feira, que continham rolamentos metálicos a fim de maximizar os danos.
A imprensa local disse que a polícia vasculhou um apartamento na localidade de Revere, a cerca de dez quilômetros de Boston. Katherine Gulotta, porta-voz do FBI, não confirmou nem negou essa notícia. Ela disse que a polícia concederá entrevista coletiva mais tarde.
As autoridades dizem que é cedo para dizer se o atentado foi realizado por um grupo local ou estrangeiro, ou para identificar os motivos.
Em 1995, um militante norte-americano de ultradireita chamado Timothy McVeigh detonou um caminhão cheio de explosivos em frente a um prédio federal de Oklahoma City, matando 168 pessoas.
Dois anos antes, militantes islâmicos deixaram seis mortos e mais de mil feridos em um atentado a bomba no World Trade Center - as torres gêmeas que viriam a ser demolidas no atentado de 2001.
Alerta
O ataque fez com que a polícia entrasse em alerta em outras cidades dos EUA, incluindo Washington e Nova York, que foram atingidas pelos atentados de 11 de setembro de 2001.
Na Grã-Bretanha, organizadores da Maratona de Londres disseram que o evento será mantido no próximo domingo (21), mas que a segurança está sendo revista. Autoridades espanholas disseram o mesmo com relação à Maratona de Madri, também no domingo.
A Maratona de Boston, realizada anualmente desde 1897, atrai a cada edição cerca 20 mil participantes e 500 mil espectadores.
Taleban
"Em qualquer lugar que encontremos americanos iremos matá-los, mas não temos nenhuma relação com as explosões em Boston". Com essa declaração, feita pelo porta-voz do Taleban no Paquistão, Ihsanullah Ihsan, o grupo negou qualquer envolvimento com o atentado na Maratona de Boston, na segunda-feira (15). A informação foi divulgada pela emissora CNN.
Vídeo do jornal Boston Globe mostra o momento das explosões:
Explosões levam pânico a Boston
Veja a entrevista coletiva de Obama nesta terça-feira (16):
Internautas publicaram fotos e o presidente Barack Obama também se manifestou. Veja a repercussão no Twitter: