Quase duas dezenas de bombas explodiram na região muçulmana do sul da Tailândia neste domingo, matando três pessoas e ferindo pelo menos 46, em ataques contra bares de karaokê, um hotel e outros alvos em áreas urbanas, disseram a polícia e o exército.
A maioria das 23 bombas explodiu por volta das 19h (10h de Brasília) nas províncias Narathiwat, Yala, Pattani e Songkhla, no sul do país, perto da fronteira com a Malásia, onde mais de 2 mil pessoas foram mortas durante três anos de insurgência separatista.
"Estes incidentes mostram claramente que os militantes estão atingindo mais áreas povoadas", disse o porta-voz do exército, o coronel Acra Tiprote, ao canal de televisão ITV.
Os incidentes violentos no extremo sul da Tailândia, dominado por muçulmanos no país de maioria budista, acontecem dois dias depois de o primeiro-ministro Surayud Chulanont afirmar que seu governo quer negociar com os insurgentes islâmicos.
Depois de substituir Thaksin Shinawatra, que foi derrubado por um golpe no ano passado, o governo de Surayud, apoiado pelos militares, iniciou uma ofensiva de paz no extremo sul rebelde, mas os ataques insurgentes não diminuíram.
Em Narathiwat, uma pessoa morreu e 22 ficaram feridas em explosões neste domingo em cinco bares de karaokê da cidade de Sungai Kolok, que fica na fronteira e é um destino popular de turistas da Malásia.
"Eles obviamente marcaram estes incidentes para o Ano Novo Chinês para ganhar o máximo de publicidade", disse Acara, em referência ao início do novo ano no calendário lunar chinês --o Ano do Porco.
Yala foi o local que sofreu o maior golpe, com dois mortos e 24 feridos em ataques contra bares, um pequeno hotel e postos de gasolina, disseram a polícia e o exército.
Algumas regiões de Pattani, incluindo a capital da província, ficaram às escuras depois que uma bomba tirou de serviço uma subestação de energia.
No início do domingo, duas pessoas foram mortas a tiros por militantes em Pattani, disse o governador local à ITV.
A rádio da polícia relatou ataques de vandalismo também em três escolas de Narathiwat e contra casas em quatro províncias.