Uma série de explosões, tendo como alvo principal muçulmanos xiitas, matou pelo menos 69 pessoas no Iraque nesta sexta-feira, segundo funcionários locais. A violência aparentemente é uma demonstração de força dos insurgentes, dias após autoridades anunciarem a morte de dois líderes da Al-Qaeda no país. Pelo menos dez carros-bomba foram usados na série de atentados desta sexta-feira.
O maior ataque desta sexta-feira foi contra os escritórios do clérigo Muqtada al-Sadr, autoridade religiosa xiita contrária aos Estados Unidos. Esse ataque aconteceu em Cidade Sadr, um bairro pobre de Bagdá. Policiais e funcionários de hospitais afirmaram que pelo menos 36 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas no atentado, executado por dois carros-bomba detonados perto do complexo onde ficam os escritório de al-Sadr. Quando as pessoas fugiam do local por um estacionamento, mais duas bombas foram detonadas no local.
Outras explosões mataram pelo menos 33 pessoas, também no oeste do Iraque. As fontes pediram anonimato, pois não estavam autorizadas a falar com repórteres. Um carro-bomba explodiu perto de uma mesquita xiita no bairro de Hurriyah, no norte de Bagdá, matando oito pessoas e ferindo 19, enquanto outro carro-bomba explodiu no bairro de Amin al-Thaniyah, matando 14 pessoas e ferindo 36.
Os extremistas também buscam explorar o impasse político no país, após as inconclusivas eleições parlamentares de 7 de março, que não tiveram um vencedor claro. Além disso, as forças dos Estados Unidos se preparam para deixar o país no fim de 2011
Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas o porta-voz militar general Qassim al-Moussawi disse que aparentemente se tratava de uma retaliação da Al-Qaeda, por causa das mortes de dois dos líderes do grupo extremista sunita no domingo. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki anunciou as mortes dos extremistas. "Nós esperamos que ataques desse tipo sigam ocorrendo", disse o porta-voz militar.
Segundo ele, os ataques são uma "reação histérica" da Al-Qaeda, em resposta "aos golpes gigantescos que ela recebeu recentemente das forças de segurança".
Até agora, abril foi o mês mais sangrento deste ano no Iraque, com 263 civis mortos em atentados e episódios relacionados à guerra. Esta sexta-feira foi o dia mais violento, desde 8 de dezembro, quando uma série de ataques contra prédios do governo iraquiano deixou 127 pessoas mortas em Bagdá.