Dois carros-bomba explodiram em Bagdá no domingo, matando ao menos 132 pessoas e ferindo mais de 500. Restos de corpos e pedaços de carros espalharam-se pelas ruas da capital iraquiana em um dos atentados mais violentos do ano, disse a polícia.
A violência no Iraque havia diminuído desde que xeiques tribais apoiados pelos Estados Unidos conseguiram enfraquecer o poder de militantes da Al Qaeda e desde que Washington enviou mais tropas ao país árabe. Mas os ataques suicidas continuam comuns num país que está tentando se reconstruir após anos de conflitos, sanções e revoltas populares.
As duas explosões abalaram prédios na área perto do rio Tigre e lançaram ao ar colunas de fumaça. A primeira bomba tinha como alvo o Ministério da Justiça e a segunda, que aconteceu minutos mais tarde, alvejou um edifício do governo provincial, de acordo com a polícia.
O gabinete do premiê Nuri al-Maliki disse que as bombas tinham o objetivo de semear o caos no Iraque e interromper a eleição parlamentar marcada para janeiro.
"Eles querem provocar o caos na nação, minar o processo político e evitar a eleição parlamentar", disse o comunicado.
O ataque acontece no momento em que o governo iraquiano tenta assinar acordos bilionários de petróleo, que farão do Iraque o terceiro maior produtor do produto do mundo.
Autoridades do governo iraquiano dizem que os ataques trazem marcas da Al Qaeda ou de remanescentes do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein.
A área ao redor do prédio do governo provincial foi inundada com água de canos rompidos, enquanto bombeiros retiravam das ruas corpos carbonizados. Carros incendiados se empilhavam perto dali.
Os trabalhadores da emergência faziam buscas com guindastes pela fachada do Ministério da Justiça e retiraram corpos enrolados em cobertores.
"Não sei como ainda estou vivo. A explosão destruiu tudo. Nada está no lugar", disse o dono de uma loja que fica perto do ministério, Hamid Saadi, por telefone.
As explosões de domingo aconteceram dois meses depois dos atentados a bomba de 19 de agosto, que tinham como alvo os Ministérios das Finanças e das Relações Exteriores. Esses ataques mataram mais de 100 pessoas e deixaram centenas de feridos.
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