O governo da Coreia do Norte informou em comunicado, ontem, considerar que armas nucleares são a vida do país e não podem ser trocadas nem por bilhões de dólares. O texto, que foi divulgado pela agência de notícias Associated Press, reforça a retórica belicista do país, um dos mais isolados do mundo, contra a vizinha Coreia do Sul e o principal aliado dela, os Estados Unidos.
O comunicado afirma que as ogivas não são produtos por meios dos quais se pode obter dólares americanos ou barganhas políticas e que o regime irá se empenhar em melhorar a economia.
Conforme a Associated Press, o texto foi divulgado após uma reunião plenária da comissão central do regime da qual participou o ditador Kim Jong-un.
Na abertura da plenária, Kim defendeu a ampliação "quantitativa e qualitativa" de seu arsenal nuclear para fazer frente aos EUA. O norte-coreano prometeu promover a economia e o desenvolvimento do potencial nuclear "de maneira simultânea".
No sábado, Pyongyang anunciou que está em "estado de guerra" com a Coreia do Sul e que negocia todos os temas entre os países com base nessa condição as Coreias estão tecnicamente em guerra desde 1950, já que não houve um tratado de paz encerrando a Guerra da Coreia, apenas um armistício, em 1953.
Complexo industrial
No mesmo dia, o regime comunista ameaçou fechar uma importante zona econômica operada em conjunto com o Sul o complexo industrial de Kaesong que continua funcionando mesmo após o corte de canais de comunicação entre os dois países.
O regime norte-coreano ficou irritado com relatos da imprensa que diziam que polo industrial que é operado com mão de obra do Norte e expertise do Sul ficou aberto porque é uma das únicas fontes de renda do Norte.
A Coreia do Norte já fez outras ameaças semelhantes referentes ao complexo, mas nunca as cumpriu. No ano passado, as fábricas em Kaesong muitas delas de propriedade sul-coreana produziram US$ 470 milhões em mercadorias.
Os problemas entre as Coreias foram reacesos pela aprovação de duas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) a Pyongyang por causa do lançamento de um foguete, em dezembro, e da realização de um teste nuclear, em fevereiro.
O regime planeja novos lançamentos de foguete, de acordo com as declarações de Kim durante a reunião de ontem.