O governo do Chile manifestou nesta terça-feira (16) apoio à China em relação ao status de Taiwan.
A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, conversou por telefone com o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, e transmitiu “o compromisso permanente do Chile com o princípio de 'uma China só' expressado desde o início da relação bilateral, em 1970”.
“As duas autoridades concordaram sobre a importância do diálogo multilateral, da defesa do direito internacional e dos princípios da Carta das Nações Unidas”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Chile em comunicado.
Após a viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, no início deste mês, a China iniciou manobras militares em torno da ilha e respondeu com sanções comerciais a alguns produtos taiwaneses e à própria veterana política democrata.
A China reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que o partido nacionalista Kuomintang lá se estabeleceu em 1949, após perder a guerra civil contra os comunistas no território continental.
O gigante asiático é um dos principais parceiros comerciais do Chile, com o qual estabeleceu relações diplomáticas em 1970 e assinou um acordo de livre comércio em 2005.
Em 2019, o volume do comércio bilateral atingiu US$ 41 bilhões, 5,8 vezes mais do que antes da assinatura do acordo, segundo dados oficiais.
Durante a conversa telefônica, Urrejola e o ministro chinês também “concordaram sobre a importância de diversificar a relação bilateral baseada na cooperação em várias áreas, como o desenvolvimento de vacinas, produção de medicamentos, geração de energia limpa, cidades inteligentes e comunicação 5G, entre outras”, diz o comunicado.
O ministro chinês reiterou o convite ao presidente chileno, Gabriel Boric, para visitar o país asiático em 2023, o que “mostra a convergência de interesses mútuos”, acrescenta o texto.
Apenas 14 países reconhecem Taiwan diplomaticamente como um Estado independente: Belize, Essuatíni, Guatemala, Haiti, Honduras, Ilhas Marshall, Nauru, Palau, Paraguai, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Tuvalu e Vaticano.
Entretanto, muitos outros reconhecem o direito à ilha de uma administração democrática e independente da China continental e os Estados Unidos assumiram um compromisso de ajuda militar caso Pequim invada Taiwan.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo