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Dólar atingiu mil pesos chilenos nesta quarta-feira e fechou o dia a 965 pesos; inflação na gestão Boric é a maior desde a década de 90
Dólar atingiu mil pesos chilenos nesta quarta-feira e fechou o dia a 965 pesos; inflação na gestão Boric é a maior desde a década de 90| Foto: EFE/Alberto Valdés

O presidente do Chile, Gabriel Boric, atribuiu nesta quarta-feira (6) a alta do dólar - que pela primeira vez alcançou a cotação de mil pesos chilenos - a fatores externos e à “incerteza” que rodeia o país devido à possível mudança de Constituição.

“(A subida do dólar) é extremamente preocupante. Há diferentes causas: a queda do preço do cobre, por um lado. Agora, há também fatores internos, e nisto a incerteza contribui sem dúvida”, disse o mandatário em entrevista coletiva.

“É importante que os diferentes atores políticos deem sinais de certeza”, acrescentou o presidente, no mesmo dia em que se iniciou a campanha eleitoral para o plebiscito constituinte de 4 de setembro.

Os principais partidos políticos e organizações da sociedade civil estão definindo as suas posições em relação a esta consulta, na qual os chilenos serão obrigados a votar sobre se querem substituir a atual Constituição por uma nova, que foi finalizada na semana passada.

Após um ano de trabalho, a Assembleia Constituinte - de tendência progressista - escreveu uma nova proposta de Constituição que visa expandir os direitos sociais e deixar para trás a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e reformada ao longo da democracia.

Durante meses, as pesquisas mostraram a opção de aprovar o novo texto como vencedora, mas existe uma incerteza crescente e cada vez mais enquetes apontam para uma maior preferência do público pela manutenção da Constituição atual.

Além do contexto nacional, Boric culpou a subida do dólar pelo fraco desempenho do cobre, derivado das “perspectivas de recessão na Europa e nos Estados Unidos” e da decisão da China de manter várias cidades fechadas devido à pandemia de Covid-19.

O dólar atingiu mil pesos chilenos nesta quarta-feira e fechou o dia a 965 pesos, um novo recorde em meio a um fortalecimento global da moeda e ao declínio do valor do metal vermelho, a principal exportação do país.

De acordo com a Bolsa de Metais de Londres, o cobre - essencial na transmissão de energia - caiu para US$ 3,40 a libra nesta quarta-feira, o seu valor mais baixo em pelo menos um ano e meio.

A mineração, que representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, desempenhou um papel fundamental na recuperação econômica pós-pandemia do país durante meses.

Após uma recuperação histórica do PIB de 11,7% em 2021, a maior expansão em quatro décadas, a economia chilena tem dado sinais de arrefecimento e registrado uma inflação inédita desde os anos 90.

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