A BP realizará na quarta-feira o tão aguardado teste de pressão na nova tampa do poço Macondo, no Golfo do México, de onde vaza petróleo há mais de 80 dias, disse a principal autoridade norte-americana envolvida no caso.
O contra-almirante da reserva da Guarda Costeira Thad Allen disse que uma análise mais detalhada do teste e das suas possíveis ramificações reforçou a confiança de que a atividade não irá agravar o problema.
"Vamos soltar uma ordem à BP para realizar o teste de integridade do poço, mas lhes demos algumas orientações adicionais. Fizemos isso para assegurar que eles estão tomando o devido cuidado (...), para assegurarmos de que não façamos qualquer dano irreversível no buraco do poço."
Horas antes, Doug Suttles, diretor-operacional da BP para exploração e produção, disse à CNN que a empresa e cientistas do governo dos EUA decidiram na tarde de terça-feira adiar o teste em 24 horas, temendo que ele agravasse o dano no poço e intensificasse o vazamento de gás e petróleo pelas laterais.
O teste, que vai durar de 6 a 48 horas, exige a interrupção total do vazamento, a fim de avaliar a pressão interna. Não se sabe se a explosão do poço em 20 de abril danificou o seu revestimento, o que permitiria que gás e petróleo vazem pelo solo.
Allen disse na quarta-feira que dados sísmicos coletados na véspera "removem a possibilidade de um evento negativo" - o vazamento dos hidrocarbonetos pelo leito marinho.
Enquanto o vazamento não é tampado, a BP usa dutos para recolher parte do material. Allen disse que ainda neste mês um quarto navio será mobilizado para coletar esse petróleo. Mesmo que a nova tampa contenha o vazamento, as embarcações ficarão a postos para recolher o material que eventualmente vaze pelas laterais.
Nansen Saleri, ex-executivo da empresa saudita Aramco, maior empresa mundial de petróleo, disse à Reuters na quarta-feira que a BP deveria desistir do teste e continuar coletando o petróleo enquanto é escavado um poço auxiliar que resolverá definitivamente o problema, o que só deve ocorrer em meados de agosto.
"Eles já têm um remédio relativamente robusto em operação. É uma opção segura", afirmou ele.
Kent Wells, vice-presidente da BP, dissera anteriormente que a escavação do poço auxiliar ficaria paralisada até o final do teste.
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