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Cerca de 200 embarcações lançaram barragens de proteção e usaram dispersantes para romper a grossa camada de óleo | Reuters
Cerca de 200 embarcações lançaram barragens de proteção e usaram dispersantes para romper a grossa camada de óleo| Foto: Reuters

Uma câmara de metal equivalente a quatro pavimentos flutua neste sábado (8) sobre o poço de petróleo que se rompeu no leito do mar do Golfo do México, enquanto engenheiros fazem esforços sem precedentes para conter um vazamento potencialmente catastrófico.

Usando sensores, câmeras de vídeo e robôs submergíveis, engenheiros se preparavam para baixar a estrutura de 98 toneladas nos últimos 61 metros para se fixar sobre o maior de dois vazamentos, quase 1,6 quilômetro abaixo da superfície do mar.

A missão, que requer extrema precisão sob água de forte pressão, e ainda no escuro, nunca foi tentada antes nessa profundidade. Funcionários da British Petroleum alertaram que não há certeza de serem bem-sucedidos nessa única opção de intervenção de curto prazo para estancar o derramamento de óleo.

Os engenheiros da BP esperam conectar um cano à câmara para começar a bombear o óleo para um tanque na superfície na semana que vem, em uma operação que eles esperam possa absorver cerca de 85 por cento do petróleo derramado.

O vazamento traz o risco de desastre econômico e ecológico para o turismo nas praias, áreas de preservação florestal e de animais selvagens e regiões de pesca nos Estados norte-americanos da Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida. A situação forçou o presidente Barack Obama a reavaliar os planos do governo de abrir mais áreas no mar para exploração de petróleo.

A BP, que enfrenta grandes perdas financeiras, sofreu outro golpe na sexta-feira quando a agência de avaliação de risco Standard & Poor`s reduziu os prognósticos para a gigante petrolífera britânica, de estável para negativo.

A companhia está sob pressão do governo Obama para limitar os danos. A BP informou que pagará todos os custos legítimos, uma conta que deve chegar a bilhões de dólares. A petrolífera também está cavando um poço para interceptar o óleo que está vazando.

O desastre começou depois que uma explosão em uma sonda de perfuração de petróleo, em 20 de abril, matando 11 funcionários, mas pode levar até três meses para ser contido.

A BP abandonou os esforços para fechar válvulas usando robôs submergíveis, depois de duas semanas de tentativas sem resultado, disse Doug Suttles, chefe do escritório operacional da empresa.

Depois de vários dias de tempo calmo, ventos começaram a ganhar força neste sábado, impedindo qualquer queima controlada de grossas concentrações de óleo, disse um porta-voz da Guarda Costeira. Equipes realizaram cinco queimas na sexta-feira.

Cerca de 200 embarcações lançaram barragens de proteção e usaram dispersantes para romper a grossa camada de óleo neste sábado.

Em Buras, Louisiana, pescadores disseram estar preocupados com seu sustento e se queixam de que a BP não está contratando pessoas da região em número suficiente para os serviços de limpeza.

O executivo-chefe da BP, Tony Hayward, disse que o telo legal de 75 milhões de dólares imposto sobre a empresa por danos econômicos, pela lei federal -- valor que alguns congressistas norte-americanos querem agora aumentar --, não seria um limite para a indenização e renovou sua promessa de atender todas as "reivindicações legais".

A Standard & Poor`s, ao anunciar a projeção negativa para a BP, indicou ser provável uma redução na pontuação da companhia em sua classificação de riscos.

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