Com o aumento da pressão sobre os países emergentes e com a proximidade do fim da 15ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-15), o Brasil cedeu ontem e confirmou que aceitará prestar contas sobre a eficácia de suas ações ambientais para redução de emissões de CO2. A decisão, entretanto, impõe um limite: só vale para os projetos financiados por recursos externos, oriundos do futuro Fundo Mundial de Meio Ambiente, que deverá ser instituído pela cúpula de Copenhague.
A mudança de posição é um primeiro sinal de flexibilização que parte do País visando a um acordo na sexta-feira. A atitude foi adotada ontem e se refere às ações prometidas pelo Brasil, descritas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas e responsáveis pelas "metas" de redução de 36% a 39% do ritmo de emissões até 2020.
Ontem, a dinamarquesa Connie Hedegaard, presidente da COP-15, cobrou em público avanços por parte do Brasil. "Há diferenças fundamentais entre as negociações de Kyoto e de Copenhague. E uma delas é que ninguém questiona que precisamos dos Estados Unidos a bordo e que temos de refletir as ações de China, Índia e Brasil", reiterou.
"Se queremos afirmar que temos um acordo global no século 21, temos de incluir os países emergentes e os Estados Unidos. Isso é muito básico."