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América do sul

Brasil afirma que é cedo para falar em mais investimentos

Brasília – Apesar de considerar positivo o desfecho das negociações sobre a situação da Petrobrás na Bolívia, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse ontem que ainda acha "muito cedo para sinalizar com novos investimentos" da Petrobrás no país. Por enquanto, o acordo da estatal brasileira assegura, segundo ele, investimentos de manutenção, para garantir a produção, interesse da Petrobrás e do governo brasileiro, já que o país tem contrato de importação de 30 milhões de metros cúbicos por dia.

Diferentemente das análises que consideraram o pacto um mau negócio para a Petrobrás, Rondeau avaliou ontem que não houve ganhadores ou perdedores nas negociações entre o Brasil e a Bolívia, pois em um acordo, segundo ele, as duas partes cedem até o limite do razoável para chegarem a um consenso. "Houve uma construção de uma solução que foi a possível e que atendeu a interesses das duas partes", resumiu, sem informar detalhes sobre como será feito o rateio da margem de lucro entre as estatais brasileira e boliviana (YPFB).

Fornecimento

Segundo o ministro, além de garantir que o gás contratado pelo Brasil será explorado, o acordo dá mais segurança à situação da Petrobrás na Bolívia, já que a estatal não tinha até agora contrato aprovado no Congresso boliviano que amparasse sua atuação na exploração e na produção de petróleo e gás no país.

O ministro disse que o acordo dará à Petrobrás segurança adicional, já que a empresa tem contratos no Brasil para a entrega de gás natural, e precisava garantir o fornecimento com a Bolívia. Segundo ele, após o fim do contrato atual (2019), será possível inclusive negociar condições "mais favoráveis" para o Brasil, já que o custo do gasoduto estará amortizado.

"A Petrobrás está satisfeita. Dá para ficar trabalhando lá (na Bolívia). E mais importante de tudo, dá para garantir a tal produção de 30 milhões (de metros cúbicos) que estão contratados aqui sem nenhum susto", afirmou, referindo-se à dependência que a indústria brasileira tem do gás boliviano e que o governo de La Paz soube usar como trunfo nas negociações.

Pelo acordo, eventuais divergências envolvendo a exploração e produção de petróleo e gás no país serão objeto de arbitragem na própria Bolívia.

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