A experiência adquirida pelo Brasil nas políticas de segurança alimentar está ajudando cinco países da América Latina a melhorar suas ações de combate à fome. Este é o objetivo do Encontro de Conselhos de Segurança Alimentar que reúne, desde 29 de junho em Brasília, representantes de El Salvador, da Guatemala, Nicarágua, Bolívia e Colômbia.
"Basicamente, o que estamos fazendo é mostrar a outros países que, ao priorizar o combate à fome e a segurança alimentar, eles estão solucionando também outros problemas que vão além da questão do acesso a alimentos", disse a coordenadora do projeto de fortalecimento de políticas de segurança alimentar na América Latina, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação, Nájla Veloso Sampaio Barbosa
De acordo com ela, o Brasil tem ajudado esses países a reduzir tanto a fome como a miséria. "Reduzir a fome não é dar comida para as pessoas. Tivemos esse tipo de perspectiva por muitos anos, a partir das cooperações internacionais mais ligadas à colonização do que à cooperação", argumentou a representante do governo brasileiro.
"Hoje entendemos que, quando socializamos nossas experiências e quando formamos essas pessoas, passamos recursos muito maiores do que o financeiro. Para chegar no ponto em que chegamos não foi gasto apenas muito dinheiro, mas 50 anos de dedicação ao programa de alimentação escolar. Essas informações que foram adquiridas ao longo de todo esse tempo estão sendo repassadas a outros países. E isso não tem preço". Segundo ela, o Brasil não oferece dinheiro, mas a experiência e a formação de pessoas capazes de fazer políticas que realmente vão ajudar no combate e na redução da pobreza e da fome.
"Em El Salvador, a segurança alimentar passou a ser considerada uma das prioridades do governo graças ao exemplo dado pelo Brasil", disse a representante do governo salvadorenho, Irma de Holanda Nuñes. "Muito disso avançou a partir dos contatos que tivemos com as missões do governo brasileiro. Isso nos ajudou significativamente a avançarmos no processo de formação da política, do plano e dos programas de segurança alimentar", afirmou.
Irma garantiu conhecer em detalhes a experiência brasileira com alimentação escolar, agricultura familiar e abastecimento de alimentos. "Mas, acima de tudo, foi importante passarmos a ter vergonha de ver parte de nossa população sentir fome".
Nájla Barbosa explicou que há grandes possibilidades de mais três países começarem a participar do conselho de segurança alimentar. "Ainda não podemos dizer os nomes desses países, mas, muito provavelmente, serão do Continente Africano".
O Encontro de Conselhos de Segurança Alimentar termina nesta sexta-feira, com uma visita à cidade-satélite de Brazlândia, no Distrito Federal, onde os conselheiros conhecerão a experiência de compras governamentais nos agricultores familiares, para a alimentação dos estudantes da rede pública.
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