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Soldado brasileiro das forças de paz da ONU em bairro de Porto Príncipe, no Haiti. O Brasil planeja começar a retirar tropas da missão de paz da ONU que lidera no Haiti, no momento em que o país caribenho se recupera lentamente das turbulências políticas e do gigantesco terremoto do ano passado | REUTERS/Swoan Parker
Soldado brasileiro das forças de paz da ONU em bairro de Porto Príncipe, no Haiti. O Brasil planeja começar a retirar tropas da missão de paz da ONU que lidera no Haiti, no momento em que o país caribenho se recupera lentamente das turbulências políticas e do gigantesco terremoto do ano passado| Foto: REUTERS/Swoan Parker

O Brasil planeja começar a retirar tropas da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) que lidera no Haiti, no momento em que o país caribenho se recupera lentamente das turbulências políticas e do gigantesco terremoto do ano passado.

De acordo com o ministro da Defesa, Celso Amorim, uma redução das tropas seria coordenada com a ONU e é natural após um aumento no número de militares para ajudar nos esforços de recuperação após o terremoto de janeiro de 2010.

"A situação de segurança melhorou muito, e houve uma segunda eleição democrática desde que nós chegamos ali. Queremos fazê-la (a redução) de maneira coordenada com a ONU, sem nenhuma ação unilateral", disse Amorim em Buenos Aires, na segunda-feira.

Uma fonte do governo disse à Reuters nesta terça-feira que o Ministério da Defesa começou a analisar sobre como eventualmente sair da missão que já dura sete anos. A fonte pediu para não ter seu nome revelado, pois os estudos ainda estão em fase preliminar.

O comando do Brasil da força de 12.200 homens no Haiti, conhecida como Minustah, foi um teste para as ambições do país de desempenhar um papel maior no cenário regional de segurança, parte da busca do país por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

O mecanismo para a redução do número de tropas será discutido por Amorim e pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e precisará ser aprovado pela presidente Dilma Rousseff, segundo essa fonte. Atualmente, o contingente do Brasil no Haiti, país mais pobre do Ocidente, é de 2.166 militares.

O porta-voz da ONU para missões de paz, Kieran Dwywe, disse à Reuters que uma avaliação da situação do Haiti, requisitada pelo Conselho de Segurança, recomendou uma retirada parcial das tropas da Minustah no primeiro semestre do ano que vem.

Ele disse que ainda não está claro se o número de militares será reduzido para um nível inferior ao existente antes do terremoto.

Jornais brasileiros disseram que o general do país que está atualmente comandando a Minustah, Luiz Eduardo Ramos Pereira, afirmou que a redução no número de tropas brasileiras está em linha com o plano da ONU de reduzir o contingente geral da missão.

Plano de redução

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o general disse que, sob o plano atualmente analisado pelo ONU, 1.600 militares voltarão para casa, provavelmente até novembro, incluindo até 280 brasileiros.

Ele disse que um contingente considerável de militares brasileiros terá de continuar no país "por algum tempo", porque eles são responsáveis pela capital Porto Príncipe, onde a segurança ainda é precária.

A Minustah foi criada em 2004 pelo Conselho de Segurança da ONU e tem ajudado a polícia haitiana, carente de agentes e equipamentos, a manter a segurança no país, especialmente durante eleições marcadas por fraudes e turbulências.

Grande parte da infraestrutura civil e policial do país foi destruída pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010, que matou mais de 300 mil pessoas em Porto Príncipe e arredores. O país também enfrentou neste ano uma epidemia de cólera que matou mais de seis mil pessoas, e que muitos disseram ter sido trazida por soldados nepaleses da ONU.

A Minustah foi alvo recentemente de indignação popular por causa das suspeitas de que soldados uruguaios da missão teriam estuprado um rapaz haitiano de 18 anos.

Amorim viaja na quinta-feira ao Uruguai para discutir a situação da missão com outros países integrantes da Minustah, disse na terça-feira um porta-voz do Ministério da Defesa.

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