O Brasil anunciou, neste domingo (27), que reduzirá suas emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030, mas a presidente Dilma Rousseff afirmou que o objetivo já inclui esforços realizados desde 2005 de combate ao desmatamento. O anúncio de metas foi feito durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em Nova York, afirmando que estas são tão ou mais ambiciosas que aquelas dos países mais desenvolvidos.
Durante seu discurso, a presidente destacou que os números serão levados à Conferência do Clima, em Paris, como compromisso assumido pelo governo brasileiro. “A Conferência de Paris é uma oportunidade única para construirmos uma resposta comum para o desafio global de mudanças do clima. O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gás de efeito estufa, sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social”.
Dilma também reafirmou o compromisso do país com o fim do desmatamento ilegal na Amazônia, como anunciado conjuntamente com o presidente norte-americano Barack Obama em junho, mas não declarou o fim do desmatamento em geral como esperado por alguns grupos ambientalistas. Estimativas de pesquisadores brasileiros indicam que o desmatamento legal ainda pode ser realizado em uma área de cerca de 100 milhões de hectares, o equivalente ao tamanho da Colômbia.
Além disso, o Brasil pretende compensar o desmatamento regulado, mas a presidente não deu mais detalhes sobre o tema. O desmatamento no mundo responde por 15% das emissões de gases do efeito estufa globalmente, o equivalente ao que é emitido pelo setor de transportes. O Brasil é o país com a maior floresta tropical do mundo.
A presidente citou ainda o que chamou de objetivos ambiciosos para o setor energético, com destaque para a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética. No mundo, a média, segundo ela, é de 13%. Os demais anúncios feitos por Dilma incluem a participação de 66% de fonte hídrica na geração de eletricidade; a participação de 23% de fontes renováveis, eólica, solar e biomassa na geração de energia elétrica; o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica; e a participação de 16% de etanol carburante e demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética.
“As adaptações necessárias frente a mudança do clima estão sendo acompanhadas por transformações importantes nas áreas de uso da terra e florestas, agropecuária, energia, padrões de produção e consumo”, disse. “O Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de redução de emissões. Temos uma das maiores populações e PIB (Produto Interno Bruto) do mundo e nossas metas são tão ou mais ambiciosas que aquelas dos países desenvolvidos”, completou.
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