Voluntários
Defesa Civil cadastra profissionais
A Defesa Civil do Paraná cadastra candidatos a voluntariado no Haiti; devem ser necessários profissionais de saúde e engenheiros.
A Defesa Civil do Paraná abriu ontem um cadastro para pessoas que queiram auxiliar as vítimas do terremoto. O Brasil ainda está definindo que tipo de ajuda dará, por isso o cadastramento é preliminar e não significa que os interessados serão chamados, segundo informações do governo do estado.
Para se cadastrar, não há necessidade de nenhum perfil ou formação específica. No entanto, há expectativa que o Haiti necessite principalmente de profissionais de saúde e engenheiros.
O cadastramento está sendo feito pela internet. Interessados devem acessar o site www.defesacivil.pr.gov.br. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3350-2610 e (41) 3350-2733.
É necessário que os voluntários tenham passaporte em dia e atestado de vacinação contra poliomielite, febre amarela e doenças imunopreveníveis, como sarampo.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou ontem que o governo brasileiro vai ajudar na remoção dos milhares de corpos espalhados em Porto Príncipe, capital do Haiti. Jobim se reuniu com o presidente René Préval e pediu que ele indicasse um local para colocar os corpos. O receio é que passadas 48 horas do terremoto, a cidade passe a sofrer com uma epidemia.
O Brasil providenciará bênçãos cristãs, luteranas e vodu para os mortos. Os corpos só serão tocados por haitianos. A restrição tem o objetivo de respeitar a tradição local.
Hoje começa a ser montado um hospital de campanha com capacidade de atendimento diário de 300 a 400 pacientes e 20 leitos para pacientes mais graves em região próxima ao local da base militar brasileira. Caso haja grande procura com casos mais graves, o Brasil deverá transferir os doentes para hospitais na República Dominicana. O hospital contará com 50 profissionais de saúde.
O Brasil também deve ajudar na remoção dos destroços que em alguns casos inviabilizam a circulação por parte da cidade. A construtora OAS, que opera no país, vai ceder maquinário pesado para o trabalho. A AmBev se ofereceu para enviar 13 carretas de água potável trazidas da República Dominicana. O governo negocia ainda a dispensa de passaporte para os que vierem ajudar na prestação de socorros ao Haiti.
Segurança
Segundo Jobim, dois dias após o terremoto existem sinais de "inquietação da população. Para evitar a evolução desse quadro para um cenário de criminalidade, o general Jorge Armando Felix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, está coordenando um gabinete de crise que vai trazer material não letal para a Minustah (missão da ONU de estabilização do Haiti, comandada militarmente pelo Brasil).
"Não obstante o desastre, o povo haitiano não demonstra ódio e nem rancor. É um país que acumula décadas de sofrimento, disse Jobim.
O ministro afirma que há necessidade de instalar barracas e tendas para alojar a população que não têm mais casas para voltar ou que teme voltar para prédios que estão comprometidos. O Brasil também se ofereceu para coordenar a logística de distribuição de donativos. O ministro afirmou que em razão do terremoto serão mandados mais 60 oficiais da Força Aérea e que o país poderá aumentar ainda mais o efetivo caso necessário.
Jobim regressou ontem para o Brasil. Já os corpos dos 14 militares brasileiros que morreram após o terremoto só serão enviados ao país depois de receberem certificação da ONU.
Pouco dinheiro
O governo brasileiro ficou insatisfeito com as doações de países como o Canadá, e parte da União Europeia (UE), para ajudar na reconstrução do Haiti. Integrantes do Ministério das Relações Exteriores afirmaram, nos bastidores, que a percepção do governo brasileiro é que as doações de alguns países estão um pouco "acanhadas diante da necessidade dos haitianos.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou ontem por telefone com o chanceler do Canadá, Lawrence Cannon, que externou a disposição do país em doar quae US$ 5 milhões ao Haiti um terço do valor que o Brasil deve encaminhar ao Haiti (US$ 15 milhões). A UE anunciou a doação de 4,3 milhões de euros ao país.
Diplomatas brasileiros manifestaram simpatia pela doação dos Estados Unidos, que prometeu encaminhar US$ 100 milhões ao Haiti. Hillary Clinton também disse que o país colocou à disposição do governo brasileiro informações do órgão responsável pelo controle de terremotos do país.
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Interatividade
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Como ajudar
Fonte: da Redação
As pessoas que quiserem ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Haiti nesta terça-feira devem fazê-lo por meio de doação de dinheiro. Veja como:
Cruz Vermelha
Uma das principais ONGs em todo o mundo já está trabalhando no Haiti na ajuda às vítimas.
Como doar: 1276, conta; 14526-84 e CNPJ: 04359688/0001-51, do Banco HSBC.
Viva Rio
A ONG brasileira trabalha desde 2004 no Haiti, onde desenvolve projetos sociais ligados às áreas de segurança, desenvolvimento e meio ambiente.
Como doar: por depósito em conta. Pelo Banco do Brasil, agência 1769-8 e conta 5113-6.
Cáritas
A instituição ligada à Igreja Católica iniciou campanha arrecadação de fundos. Quem quiser participar pode fazer depósito.
Como doar: por depósito na conta número 48500-4, da agência 0814-1, do Banco Bradesco.
Haiti Partners (Parceiros do Haiti)
Organização voltada ao desenvolvimento da educação no país, que trabalha diretamente com crianças e professores, além de atuar em parceria com a Igreja na alfabetização na zona rural.
Como doar: Pelo site http://www.haitipartners.org clicar no banner "Earthquake donation fund".
Embaixada do Haiti no Brasil
O Banco do Brasil abriu uma conta para as doações, que serão administradas pela embaixada haitiana no Brasil.
Como doar: Por depósito em conta corrente do Banco do Brasil, chamada "SOS Haiti": agência 1606-3 e conta corrente 91.000-7.
Para obter informações sobre brasileiros no Haiti, ligue para(61) 3411-8803/8805/8808/ 8817/9718 ou 8197-2284.
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