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O Brasil condenou, por meio de nota divulgada pelo Itamaraty nesta segunda-feira (31), o ataque israelense aos barcos que levavam ajuda humanitária à Palestina. "O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário", diz a nota, que fala na "morte de mais de uma dezena de pessoas".

No texto, o governo diz ter recebido a notícia do ataque com "choque e consternação" e demonstra preocupação com a brasileira Iara Lee, que estava em uma das embarcações que tentava chegar à Faixa de Gaza com alimentos e remédios. "O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira."

A cineasta brasileira Iara Lee estava a bordo de um dos barcos do comboio, segundo relatos de amigos e posts dela na internet. Famosa ativista e com atuações anteriores no Oriente Médio, Lee escreveu um texto, publicado em 25 de maio em um blog, sobre os motivos que a levavam a participar da viagem.

No domingo, segundo uma amiga brasileira, ela relatou por telefone que estava bem, mas que o clima era tenso por conta do cerco imposto por tropas israelenses.

Na nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro defendeu uma apuração do caso. "O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo", diz a nota.

Segundo o documento, "o Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira".

Veja a íntegra da nota

Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira."

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