O Brasil voltou a criticar nesta quarta-feira a proposta de países desenvolvidos para um acordo climático na cúpula da ONU, em Copenhague, e anunciou uma linha de 5 bilhões de dólares para nações mais pobres se adaptarem às mudanças do clima.
A comitiva brasileira na Dinamarca reiterou sua oposição à proposta informal de países desenvolvidos de que a maior parte dos recursos para ações de adaptação às mudanças climáticas seja proveniente do mercado.
"Isso não vai interessar ao mercado", disse a jornalistas a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre transferir a ajuda aos países mais pobres, segundo nota do Ministério do Meio Ambiente.
Chefe da delegação brasileira, Dilma defendeu compromissos comuns aos países, porém diferenciados, e propôs que a maior parte da ajuda tenha "lastro público".
A proposta informal de países desenvolvidos previa apenas 25 por cento de recursos de nações ricas. O restante viria de outras fontes, como doações.
O Brasil e outros países em desenvolvimento, como a China, criticaram a Dinamarca nesta quarta-feira pelos planos de apresentar novos textos para tentar romper um impasse em questões como redução das emissões de gases-estufa de países ricos.
Os países argumentam que o único resultado legítimo para a cúpula da Organização das Nações Unidas, que termina na sexta-feira, é o texto elaborado pelos dois principais grupos de discussão, que incluiria todos os países do mundo na luta contra as mudanças climáticas.
A posição brasileira defende que recursos de um eventual fundo para ações de adaptação às mudanças climáticas sejam destinados exclusivamente aos países mais pobres.
Países emergentes de economias mais fortes, como o Brasil, deveriam receber fundos para projetos de mitigação de suas emissões de gases-estufa.
Em Copenhague, o Brasil anunciou uma linha de 5 bilhões de dólares para países mais pobres se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas. A ajuda será por empréstimos a fundo perdido ou com juros muito baixos, além de apoio técnico gratuito.
Ao lado de Dilma, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reconheceu que a negociação "está complicada", mas que o Brasil se esforçará para que a reunião não termine sem um acordo.
"Vamos fazer das tripas coração para que essa conferência não seja um fracasso", disse Minc a jornalistas, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a Copenhague nesta quarta-feira para o encerramento da cúpula.
Em novembro, o país se comprometeu a reduzir entre 36,1 por cento e 38,9 por cento suas emissões de CO2 até 2020. Segundo Dilma, o país precisará de 166 bilhões de dólares, entre recursos da União e externos, para cumprir estas metas.
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