A diplomacia brasileira deu nesta quinta-feira (10) um ultimato a Manuel Zelaya. Segundo Francisco Catunda, encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o presidente deposto de Honduras pode ficar no prédio brasileiro só até o fim de janeiro de 2010.
Essa disposição foi confirmada, por telefone, por Francisco Catunda. "Ele tem plena consciência que ao terminar o mandato deverá seguir outro destino", afirmou.
Também por telefone, Zelaya se mostrou disposto a sair da Embaixada Brasileira, onde está abrigado desde o dia 21 de setembro, quando retornou ao país escondido. "Certamente até o dia 27 de janeiro de 2010, quando termina meu mandato. No entanto, a minha posição é sair o mais rápido possível, logicamente com o respaldo do governo do Brasil".
A aparente calma nesta quinta-feira na Embaixada Brasileira em Honduras contrasta com uma noite e madrugada tensas. Depois de acertos para que o presidente deposto deixasse o país rumo ao México, tudo mudou. O governo interino de Honduras não deu o salvo-conduto para Zelaya partir.
O governo interino exigiu que, antes de viajar, Zelaya assinasse a renúncia. Mas ele se recusou, e permaneceu em Honduras.
O Ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, disse que Brasil e Argentina ajudaram na negociação e ficou surpreso com o desfecho. "Mas isso apenas comprova que um governo que não tem legitimidade age sempre de uma maneira ilegítima", afirmou.
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