Brasília - O Brasil defende que seu acordo militar com a França não tem semelhança com o compromisso fechado entre a Colômbia e os Estados Unidos, que prevê a presença de forças americanas em sete bases colombianas por dez anos. Com essa máxima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá rebater possíveis críticas do presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, durante o debate aberto sobre os temas de segurança da América do Sul que ocorrerá na sexta-feira em Bariloche, Argentina, durante a reunião extraordinária de cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul).
"Não há nenhum problema em se discutir o acordo Brasil e França. Se ele (Uribe) tem o desejo de saber, então, ele vai saber, pois não temos nada a esconder", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Em visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de agosto, Uribe detalhou o acordo EUA/Colômbia e assegurou que, se fosse convocado pela Unasul para defendê-lo, exigiria explicações sobre o compromisso na área de defesa firmado entre o Brasil e a França, em dezembro de 2008, e sobre a cooperação militar entre a Venezuela e o Irã.
No encontro da Unasul em Quito, em 10 de agosto, os líderes presentes concordaram com a agenda aberta da reunião de Bariloche, que abarcaria também o combate ao tráfico de drogas e de armas temas que permitem o reforço das acusações do governo colombiano de que a Venezuela e o Equador apoiam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mas, daquela vez, Uribe não estava presente.
No domingo, esse compromisso foi reafirmado pelo chanceler equatoriano Falder Falconí, que esteve no Brasil e disse ter recebido a confirmação da chancelaria colombiana de que Uribe irá a Bariloche. Como meio de tranquilizar a Colômbia sobre a orientação não acusatória desse encontro, o chanceler equatoriano ressaltou que "ninguém se sentará no banco dos réus" e que "não há nenhum tema vetado".
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O acordo de Defesa do Brasil com a França pode ser alvo de questionamento pelos países vizinhos?
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