Ligação
Dilma promete "para breve" segunda ponte em Foz do Iguaçu
Após o encontro com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, a presidente Dilma Rousseff falou sobre a expectativa de "enviar em breve" a segunda ponte sobre o Rio Paraná, ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco. "A ponte será mais um elo entre o Paraguai e o Brasil, tornará mais fluido o transporte de cargas e ajudará no escoamento das exportações paraguaias."
A obra vem sendo discutida desde os anos 1990, mas nunca foi viabilizada. Em abril deste ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) não conseguiu financiar a licitação da ponte, por falta de consenso sobre os valores apresentados.
Valores
As propostas variaram entre R$ 224,9 milhões e R$ 243,8 milhões, mas o orçamento inicial do governo para a obra era de R$ 195 milhões. Na época, o Dnit informou que avaliaria a necessidade de alterações no edital, mas ainda não há previsão sobre a retomada da licitação.
Em um esforço para normalizar as relações diplomáticas com o Paraguai, o governo brasileiro dedicou atenção especial à primeira visita oficial a Brasília do novo presidente do país vizinho, Horácio Cartes, empossado no mês passado. Durante discurso, a presidente Dilma Rousseff destacou a importância da participação dos paraguaios no Mercosul, mas também defendeu a inclusão da Venezuela. O Paraguai permaneceu suspenso do bloco econômico entre julho de 2012 e agosto de 2013, como punição ao processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo.
"Reiterei ao presidente Cartes a importância que o Brasil dá à participação do Paraguai no Mercosul. (...) E consideramos também que nós seremos capazes de integrar o Mercosul da Patagônia ao Caribe, portanto, estou dizendo a Venezuela, o que torna a nossa região um tecido multilateral muito mais forte", disse Dilma.
Os paraguaios ainda não voltaram ao bloco econômico porque não concordam com a adesão da Venezuela, que ocorreu durante o período de suspensão, sem aval do país. A incorporação de qualquer novo membro pleno do Mercosul precisa da aprovação formal de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. "O Paraguai está em processo de retorno ao Mercosul, no tempo deles", disse Dilma.
Posicionamento
Em declaração à imprensa, Cartes fez vários elogios à postura da colega, mas não deixou claro o posicionamento em relação ao retorno. "No momento em que o Paraguai goza de um crédito que a gente não gozava, o Paraguai só quer sentar numa mesa de negociação quando as coisas são úteis para nós, quando há ganhar-ganhar", disse o presidente. O encontro entre os dois chefes de Estado foi o terceiro em pouco mais de um mês.
Segundo Dilma, a relação bilateral entre os dois países se manteve "intacta", mesmo durante o período de suspensão do Mercosul. "Não houve consequência nenhuma", declarou. De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, a corrente de comércio bilateral entre os dois países aumentou, entre janeiro e agosto de 2013, 23% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dilma citou como exemplo de parceria a construção de uma linha de energia da usina de Itaipu a Assunção no valor de US$ 322 milhões. A obra está sendo concluída e deve ser entregue em outubro. A obra é custeada pelo Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul, cujo principal financiador é o Brasil.
Demissões
O governo do Paraguai vai demitir milhares de funcionários públicos por falta de dinheiro para pagar seus salários. A afirmação foi feita pelo ministro de Gestão Pública, Humberto Peralta. Pelos cálculos da administração, não há dinheiro para bancar os salários de todos os 258 mil funcionários públicos do país. Segundo Peralta, o governo trabalhava com um orçamento equivalente a US$ 15 bilhões para 2013, mas a arrecadação não atingirá o previsto. Com isso, o governo já demitiu 4 mil funcionários públicos e mandará embora mais 15 mil até o fim do ano.