A Embaixada da Argentina em Caracas, que desde agosto é protegida pelo Brasil| Foto: EFE/Henry Chirinos
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O embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, disse que a ditadura da Venezuela se comprometeu a não invadir a embaixada argentina em Caracas para prender cinco opositores venezuelanos que estão asilados no local.

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Em entrevista ao canal de notícias DNews no YouTube, ele disse que as autoridades do regime do ditador Nicolás Maduro “nos garantiram que não haverá invasão da embaixada argentina pelas forças de segurança venezuelanas”.

O Brasil desde agosto protege a embaixada argentina em Caracas, devido ao rompimento diplomático entre Caracas e Buenos Aires.

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Cinco dos seis venezuelanos ligados à líder opositora María Corina Machado que se asilaram em março na representação diplomática seguem no local – na quinta-feira (19), um dos integrantes do grupo, Fernando Martínez Mottola, deixou a embaixada.

Nas últimas semanas, os opositores têm denunciado uma intensificação do assédio por parte do regime de Maduro, com presença policial em volta do prédio, cortes de energia e água e restrições para entrada de alimentos.

Na entrevista à DNews, Bitelli disse que os opositores estão tendo acesso a água e comida, mas que a energia é cortada de tempos em tempos.

“A eletricidade é cortada o tempo todo, mas há um gerador. Não quero minimizar de forma alguma a gravidade das condições, mas estamos monitorando e na medida do possível vemos que existem condições mínimas que permitem a estas pessoas estarem ali com comida, água e luz”, afirmou o embaixador, que disse que o Brasil está conversando sobre a concessão de salvos-condutos para que os cinco opositores que permanecem no local deixem a Venezuela.

Bitelli não fez maiores comentários quando o âncora da DNews perguntou sobre as relações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Maduro. “O presidente disse algo claro, que Nicolás Maduro é um assunto dos venezuelanos”, se resumiu a dizer.

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A respeito da prisão do gendarme argentino Nahuel Gallo na Venezuela na semana retrasada, o embaixador afirmou que a Argentina pediu ajuda ao governo brasileiro nessa questão, invocando o protocolo de assistência consular do Mercosul, e o Brasil está dando auxílio consular ao detido e pediu informações sobre a situação e as acusações contra ele.

“Estamos atuando da mesmíssima maneira como faríamos se fosse um cidadão brasileiro, mas até agora não recebemos resposta da chancelaria da Venezuela”, explicou Bitelli.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]