O combate ao crime organizado entre Brasil e Bolívia está sendo realizado a partir desta quarta-feira (18) por forças legais dos dois países. Para tanto, foi assinado o Termo de Estratégia de Cooperação Policial pelo diretor geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa e pelo general Wilge Abel Obleas Espinoza, diretor nacional de Planejamento da Bolívia, na presença de 50 autoridades, entre elas diplomatas, policiais e membros das Forças Armadas brasileira e boliviana.
Corrêa, explicou tratar-se do primeiro acordo do gênero em toda a história dos dois países. "Até agora ocorreram apenas protocolos de intenção. As ações práticas estão começando, tendo como alvo principal o tráfico de cocaína que carrega uma série de outros crimes. Não são apenas atitudes teóricas, mas a luta plena contra os criminosos, apoio logístico em operações, capacitação de policiais e troca de informações de inteligência"
"Temos alvos levantados durante investigações, que serão atacados em duas operações conjuntas. Fechamos o cerco e estamos discutindo os detalhes para o desencadeamento das ações que ocorrerão este ano. O acordo é para 2009 e no final faremos uma análise para saber se os resultados compensarão o prolongamento do trabalho, por mais alguns anos".
O general Espinoza, informou estar cumprindo ordem direta do presidente Evo Morales, para cumprir a meta de "cocaína zero" na Bolívia. "Reconhecemos que essa tarefa é monumental para nós bolivianos, e por isso estamos recorrendo ao Brasil. Temos destinos mais nobres para nossa folha de coca, que entre as diversas utilidades pode ser aplicada até em medicamentos alopatas e homeopáticos".
Para o diretor da PF, as ações conjuntas sempre aconteceram quando necessárias, mas não com a dimensão permitida pelo acordo firmado agora. Sábado passado, por exemplo, foram apreendidos em Campo Grande, 318 quilos de cocaína boliviana que seguiriam para Osasco (SP) no caminhão Scania, placas MBC-4691, dirigido por José Lopes Filho, com base em informações procedentes da Bolívia.