Brasil e Chile fizeram nesta quarta-feira (1º) um chamado ao diálogo na tentativa de solucionar a crise na Venezuela. Durante reunião da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em Paris, o ministro José Serra (Relações Exteriores) e seu homólogo chileno, Heraldo Muñoz, defenderam uma solução pacífica para a Venezuela.
A manifestação dos dois chanceleres acontece depois que o chefe da OEA (Organização dos Estados Americano) invocou a Carta Democrática Interamericana, num movimento que pode suspender a Venezuela da organização.
Num ato incomum, o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, convocou nesta terça (31) uma sessão urgente do Conselho Permanente da entidade para discutir a crise no país.
“Reitero que o Chile quer esgotar as ações diplomáticas para um diálogo efetivo, real e com resultados concretos e, isso, inclui todas as ações pacíficas”, disse Muñoz, citando inclusive a possibilidade de um plebiscito.
A consulta à população foi endossada nesta semana por uma nota conjunta do Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai.
José Serra, por sua vez, reiterou haver várias propostas para tentar solucionar a crise na Venezuela. A posição do chanceler brasileiro, segundo ele próprio, é apoiar uma ação única -ele ainda não a anunciou qual será endossada pelo Brasil.
Nesta quarta, Serra disse a agências internacionais que “não parece fácil”, mas que ao menos uma das várias propostas já colocadas pode ser bem sucedida.
Além da OEA, o secretário-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), Ernesto Samper, também tem tentando costurar uma ação sobre a situação na Venezuela.
Serra não esconde a preocupação com os desdobramentos dos problemas econômicos e políticos.
Diplomatas avaliam que, além de choques violentos, poderá haver êxodo de venezuelanos em direção à fronteira brasileira.
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