Brasil e Estados Unidos estabeleceram novas prioridades de parceria na área de combate ao racismo e promoção da igualdade racial. Em reunião finalizada nesta sexta-feira (21), representantes de governos, sociedade civil e empresas destacaram como prioridade parcerias em saúde, educação, esportes e segurança pública. O desafio agora é tornar mais efetivo o Plano de Ação Conjunta entre Brasil e Estados Unidos para Eliminação da Discriminação Étnico-racial e Promoção da Igualdade, assinado em 2008.
"Nossos governos vão guiar este processo, mas a maior parte da energia e do vigor para colocar esse plano em prática virá da sociedade civil e do setor privado", destacou o secretário-assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA, Arturo Valenzuela. Além do movimento social negro dos dois países, já se comprometeram com o plano de ação empresas como a Coca-Cola, Motorola e American Express.
"Sob o ponto de vista do Departamento de Estado dos Estados Unidos, esse é um evento com importância sem precedentes. Estamos fazendo uma diplomacia diferente. Uma diplomacia de inclusão social e combate ao racismo. Avançamos ao eleger um presidente negro, mas ainda temos muitas questões a resolver. O intercâmbio de experiência pode ajudar tanto o Brasil, quanto os EUA."
Para o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira, o encontro em Atlanta foi vitorioso e revelou o interesse dos norte-americanos em iniciativas desenvolvidas no Brasil. Entre elas, os estudos sobre anemia falciforme, doença prevalente na população negra, mas ainda pouco pesquisada nos EUA.
"Faremos um encontro da área de saúde em setembro para a troca de experiências entre pesquisadores e profissionais de saúde", conta Eloi. "Também vamos seguir no intercâmbio sobre segurança pública, principalmente para aprimorar os currículos das academias policiais, que nos Estados Unidos já estão mais avançadas nesse sentido."
Empresários negros norte-americanos que participaram do encontro revelaram interesse em atuar no Brasil, em parceria com empresários afrobrasileiros, durante a Copa e as Olimpíadas. O legado dos Jogos Olímpicos para a população negra de Atlanta, no entanto, foi criticado pelos representantes da delegação brasileira.
"Não houve inclusão social nos projetos desenvolvidos pelas empresas", considera a empresária paulista Adriana Barbosa, do projeto Feira Preta, que participou do encontro sobre o Plano de Ação Brasil-EUA. "Temos muito a aprender sobre empreendedorismo jovem, mas também temos muito a ensinar sobre economia solidária."
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