O Brasil está fazendo progressos em conversas com a França sobre a possível compra dos aviões de combate Rafale, disse neste domingo (6) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, horas antes de uma visita do chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy.
Lula afirmou que as discussões estão bastante avançadas, mas hesitou em dizer se a decisão será anunciada durante a visita de Sarkozy.
"As discussões com o presidente Sarkozy estão progredindo rapidamente. Estamos no caminho certo e temos uma relação de confiança", afirmou Lula, em uma entrevista a três veículos de mídia francesa: TV5 Monde, a rádio RFI e o jornal Le Monde.
O Brasil planeja comprar 36 jatos de combate com o objetivo de renovar parcialmente sua força aérea. O valor dos contratos gira em torno de 4 bilhões de euros (5,7 bilhões de dólares), disseram fontes francesas.
Os jatos em questão são o francês Rafale, produzido pela Dassault Aviation, o norte-americano F18, fabricado pela Boeing, e o Gripen, produzido pela empresa sueca Saab.
As apostas são altas para a França, que vem tentando exportar o Rafale há anos sem sucesso.
"Todos sabem que uma das exigências do Brasil é a transferência de tecnologia. Não podemos comprar um jato se não tivermos a tecnologia", afirmou Lula, durante sua entrevista para a imprensa francesa.
Ele adiantou que, no que se refere à transferência de tecnologia, a posição da França é melhor. Porém, Lula não revelou se Sarkozy pode esperar o fechamento de um acordo durante o período em que estiver no Brasil.
"Não sei. É uma questão muito delicada. Um acordo dessa magnitude envolve muito dinheiro, transferência de tecnologia, outros concorrentes. Tudo o que eu posso dizer é que estamos num momento crucial nas conversas com a França", afirmou.
O Rafale, projeto iniciado em 1988, está em operação na força aérea francesa desde 2006. No entanto, até agora não encontrou compradores estrangeiros, uma grande frustração para Sarkozy.
O líder francês está conversando com os Emirados Árabes Unidos sobre a possível venda de 60 aviões.
Durante a visita ao Brasil em dezembro do ano passado, Sarkozy assinou contratos de defesa com Lula valendo bilhões de euros. Os documentos incluíam a venda de quatro submarinos convencionais e 50 helicópteros de transporte militar.