Montevidéu (EFE) Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Nicanor Duarte Frutos (Paraguai) confirmaram ontem a construção de uma segunda ponte internacional sobre o Rio Paraná, onde fica a hidroelétrica brasileiro-paraguaia de Itaipu. O acordo, que demandará um investimento de cerca de US$ 50 milhões, foi firmado em Montevidéu, onde os mandatários participam da 29.ª Cúpula do Mercosul.
A construção depende agora da aprovação dos parlamentares dos dois países. Os projetos devem ser encaminhados aos congressistas nas próximas semanas, mas só devem ser votados no ano que vem. A ponte vai ligar Ciudad del Este (Paraguai) e Foz do Iguaçu (Brasil), como a Ponte da Amizade.A expectativa é que, confirmada pelos parlamentos dos dois países, a obra seja iniciada já em 2006.
Além disso, Lula e Nicanor acertaram as contas sobre os repasses do Brasil pela energia elétrica de Itaipu que o país compra de seu parceiro. O Paraguai receberá US$ 21 milhões anuais.
Os acordos foram assinados pela chanceler paraguaia, Leila Rachid, e pelo brasileiro, Celso Amorim, depois de uma extensa reunião paralela à cúpula semestral do Mercosul, bloco que as duas nações integram junto à Argentina e Uruguai.
Amorim disse que os US$ 50 milhões da ponte devem sair do Ministério dos Transportes. Sobre Itaipu, destacou que "se trata de uma compensação justa pelo uso da energia" de Itaipu que corresponde ao Paraguai e que "o número não foi arbitrário e é um aporte importante do Brasil". Por sua vez, Rachid indicou que "pela primeira vez estão sendo revisados números fixados há muitos anos" e sustentou que durante o encontro seu país colocou "reivindicações que o Brasil mesmo considera justas".
Mas a chanceler paraguaia se declarou satisfeita pelo acordo, mesmo que a intenção de Assunção fosse arrecadar U$ 40 milhões anuais e não os 21 milhões acertados. Brasil e Paraguai têm direito de utilizar em partes iguais a energia gerada pela hidroelétrica de Itaipu, mas atualmente o primeiro país consome "entre 95 e 96% do total", explicam as fontes brasileiras.
Por esta eletricidade, os consumidores do Brasil pagam aproximadamente U$ 250 milhões ao ano, aos quais agora se somarão outros 21 milhões que representarão um aumento de tarifas de 0,03%, agregaram.
Os chanceleres dos dois países indicaram que durante as conversas não se tratou do tema da milionária dívida que Itaipu mantém com a empresa brasileira Eletrobras, outro dos assuntos que geraram controvérsias em nível bilateral.
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