O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exigiram nesta quarta-feira (27) em Viena uma reforma "profunda" do Conselho de Segurança da ONU, uma postura também compartilhada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

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Na cerimônia de abertura oficial do 5º Fórum da Aliança de Civilizações, que começou hoje na capital austríaca, o líder turco afirmou em seu discurso que "os cinco membros (permanentes) do Conselho de Segurança da ONU não representam todas as crenças religiosas do mundo".

"Se estamos falando de Aliança de Civilizações devemos fazer algo para mudar esta situação", acrescentou Erdogan, um político de orientação islamita moderada.

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Além disso, criticou o funcionamento interno do Conselho, que dá direito de veto a seus cinco membros permanentes, Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

"O problema fundamental que devemos olhar é a estrutura do Conselho de Segurança (da ONU). Se um (desses cinco países) diz 'não' então qualquer processo é bloqueado", criticou Erdogan.

"Por que não podemos solucionar a situação na Síria? Porque duas potências dizem não", concluiu.

O chanceler Antonio Patriota disse em uma entrevista concedida à Agência Efe fora do Fórum que o Brasil compartilha a visão exposta por Erdogan.

No Fórum da Aliança "falamos sobre a responsabilidade de liderança e acho que podemos falar de uma certa falta de liderança por não termos reformado até agora o Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse o ministro.

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"Estamos em um mundo mais multipolar, no qual nem um país ou grupo de países pode conseguir uma nova ordem internacional", acrescentou.

"Por isso, é um dever que as regiões do mundo e os países que têm poder de influência (se unam) para construir uma nova ordem de cooperação entre as nações", declarou Patriota.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também reagiu a estas declarações, dizendo que "o Conselho de Segurança deveria mudar para ser mais representativo, democrático e transparente".

"Existe um consenso que o Conselho deve de mudar, mas como? Quantos países serão incluídos e quais serão? São dúvidas que ainda não chegaram a um consenso até agora", concluiu Ban.