O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse neste domingo que o encontro entre os chanceleres de Brasil, Alemanha, Japão e Índia e representantes de 15 nações africanas para discutir a reforma do Conselho de Segurança da ONU foi muito "útil", desmentindo rumores de que a reunião em Nova York teria sido um fracasso. Segundo Amorim, que falou com exclusividade ao GLOBO ONLINE, o G4, como o grupo de países é conhecido, está bastante confiante em obter o apoio da União Africana (UA) na Assembléia Geral das Nações Unidas.

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- A reunião foi muito útil - comentou o ministro. - As semelhanças das propostas são muito maiores do que as diferenças entre elas. Os africanos estão empenhados em encontrar um termo comum entre os dois projetos. Tanto eles como nós queremos que haja a reforma. Foi criado um grupo de trabalho para aparar as arestas e aproximar as duas propostas nos próximos cinco a seis dias - acrescentou. A próxima reunião entre as duas partes deve acontecer no dia 25, provavelmente em Genebra, na Suíça.

Segundo Amorim, há alguns países que não querem o progresso das negociações, iniciadas há oito dias em Londres com apenas um representante da UA, e que especulam sobre o seu andamento:

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- Em uma só reunião não resolveremos tudo, mas o acordo é perfeitamente possível. Estamos ainda nos dez primeiros minutos de jogo e ainda há muita coisa pela frente. Claro que não podemos tomar o acordo como certo, mas tudo indica que chegaremos a ele. Há alguns países contrários, que ficam apostando no fracasso e interessados que não haja progresso nas negociações.

De acordo com o chanceler, os pontos de divergência do G4 em relação à proposta africana são duas: a UA sugere que os países que pleteiam assento permanente no Conselho de Segurança tenham direito a veto - como atualmente têm EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China - e que haja mais uma vaga de não-permanente cedida a um país africano.