O governo brasileiro estuda a possibilidade de autorizar o Paraguai a vender diretamente no Brasil a sua parte da energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu. A informação foi divulgada pela Agência Brasil após reunião conjunta das comissões de Minas e Energia, Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
"A partir de 2023, o excedente de energia que o Paraguai não usa provavelmente continuará sendo necessário para a economia brasileira. Poderíamos ter um regime transitório de preparação, mas a viabilidade desse regime não é consenso dentro da área técnica do governo", afirmou o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores Ênio Cordeiro.
Atualmente, cada país tem direito a 50% dos 14 mil megawatts gerados por Itaipu. Como o Paraguai não usa toda a energia a que tem direito, a única possibilidade, de acordo com o Tratado de Itaipu, é vender ao governo brasileiro, que comercializa o excedente no mercado interno por intermédio da Eletrobrás.
A livre disponibilidade da energia é uma das reivindicações do governo paraguaio em relação à usina, mas, segundo Cordeiro, o Brasil não deverá autorizar a venda para outros países.
"A possibilidade de vender energia para outros países é um pouco fantasiosa, porque não há linhas de transmissão entre Itaipu e outros países, a não ser o Brasil e o Paraguai."
Cordeiro também se manifestou contra a revisão do Tratado de Itaipu, que vem sendo defendida pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
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