O Brasil tem agora uma presidente mulher, mas continua mal na fotografia da disparidade entre os gêneros: dos vizinhos na América do Sul, só o Suriname está pior na lista lançada ontem pelo Fórum Econômico Mundial.
Em 82.º lugar entre 135 avaliados, o país subiu três posições em relação a 2010, ano em que tivera seu pior posto desde que o estudo começou a ser feito, em 2006. Em parte a melhora se deve à eleição de Dilma Rousseff, em parte à oscilação positiva na renda das mulheres comparada à dos homens que exercem a mesma função.
Paradoxalmente, atuação política é o critério em que o Brasil tem sua pior performance: fica em 114.º apenas 21 países são piores; a maioria delas, islâmicos que diferem as mulheres na lei.
A nota recebida por nós 0,668, numa escala até 1 é pior que a de 2008 e 2009.
"A participação das mulheres na força de trabalho [no Brasil] ainda é de 64%, abaixo da dos homens (85%). E elas são só 36% dos legisladores, autoridades públicas de primeiro escalão e gerentes", afirma o texto.
"O que elas ganham ainda está abaixo de dois terços da renda dos homens; e no Congresso, são apenas 9%."
O Brasil vai muito bem em acesso à saúde e expectativa de vida (o abismo entre os gêneros é considerado fechado nesse quesito, assim como em outras 37 nações) e fica no meio da lista em educação (66.º) e em oportunidade econômica (68.º).
Representatividade política é um problema da América Latina e do Caribe, região que só não se sai pior do que o Oriente Médio. De forma geral, porém, o subcontinente fechou 68% do abismo.